Apesar da queda brusca da última semana, o desempenho do Bitcoin em 2020 ainda sustenta alta bastante superior aos principais papéis negociados na Bovespa, maior bolsa de valores do Brasil

No começo do ano, o Bitcoin era cotado em cerca de US$ 7.200. Após uma firme disparada até chegar perto de R$ 10.500, sofreu correção nos útlimos dias e é cotado em aproximadamente R$ 8.800, mantendo uma alta acumulada de 20% no ano. 

O dólar também anotou nova marca histórica nesta quinta, chegando a bater os R$ 4,50 e ser negociado acima e R$ 5,00 em casas de câmbio.

A combinação de dólar alto e certa estabilização do Bitcoin na casa dos US$ 8.900 mantém a maior criptomoeda do mundo acima dos R$ 40.000 nas exchanges do Brasil, atualmente em alta de 0,32% nas últimas 24 horas.

Desempenho do Bitcoin em 2020. Fonte: Cointelegraph Markets

Já o Índice Bovespa, principal indicador do mercado de ações brasileiro, abriu 2020 nos 119.000 pontos e nesta quinta-feira (26) chegou aos 106.000 pontos - ou seja, a queda acumulada no ano já é de mais de mais de 10%.

Na "quarta-feira sangrenta" do mercado brasileiro, a Bovespa fechou em queda de 7%, pior desempenho desde maio de 2017.

Desempenho do Ibovespa em 2020. Fonte: Google Markets

Conhecidos por supostamente serem menos voláteis que as criptomoedas, os principais papéis negociados na bolsa têm mau desempenho no ano até aqui, em contraste com a alta consistente do mercado cripto que só enfrentou correção na última semana.

As ações da Petrobras, que começaram o ano cotadas pouco acima de R$ 30,00, hoje estão na faixa dos R$ 26,08, tiveram queda de mais de 15%, enquanto os papéis da Vale começaram o ano em R$ 54,33 e nesta quinta-feira eram negociados a R$ 45,22, o que significa uma queda acumulada de cerca de 20% no ano.

No pregão deste 27 de fevereiro, os bancos estimularam uma alta, com o Itaú Unibanco subindo R$ 2,9%, o Bradesco 2% e o Banco do Brasil 4,2%. No geral, o Ibovespa tem queda menos acentuada, de 0,45%.

Especialistas supostamente culpam a chegada do Coronavírus ao Brasil aos últimos dois dias de forte queda nos mercados tradicionais, mas nesta quinta-feira o economista José Roberto Mendonça de Barros deu uma entrevista á Agência Estado dizendo que as repetidas crises do governo Bolsonaro com os demais poderes da república também devem preocupar o mercado.