O Bitcoin começou esta última semana de outubro buscando uma nova alta histórica e levando o preço do BTC para mais de US$ 70 mil. Diante disso, o analista Mike Ermolaev, fundador da Outset PR, destacou 6 pontos que podem ajudar a impulsionar o BTC para mais de US$ 73 mil nos próximos dias.
O primeiro ponto destacado pelo analista é a dominância do Bitcoin no mercado cripto. Segundo ele, apesar das oscilações, a dominância crescente do Bitcoin, atualmente em 58,12%, e seu valor de mercado de US$ 1,33 trilhão refletem o fluxo robusto de investimentos institucionais e condições macroeconômicas favoráveis, fortalecendo a confiança entre os participantes do mercado.
Ermolaev também destaca que a recente dinâmica do Bitcoin é impulsionada por investimentos institucionais substanciais. Segundo dados da Farside, em 25 de outubro, ETFs de Bitcoin registraram um total de US$ 402 milhões em influxos líquidos, liderados pela BlackRock com US$ 292 milhões, seguida pela Fidelity com US$ 56,9 milhões e Ark com US$ 33,4 milhões. Com esse capital novo, os ativos de ETFs de Bitcoin sob gestão aumentaram para US$ 52,15 bilhões, indicando um otimismo claro entre as instituições.
"Esse aumento recente acompanha picos de influxos no início do mês, especialmente em 14 de outubro, quando os ETFs captaram US$ 555,9 milhões em fluxos líquidos. A Fidelity atraiu US$ 239,3 milhões, Bitwise somou US$ 100,2 milhões e Blackrock trouxe US$ 79,5 milhões, demonstrando uma confiança ampla entre diversas fontes.
De maneira semelhante, 16 de outubro registrou US$ 458,5 milhões em influxos, com a Blackrock liderando com US$ 393,4 milhões, destacando seu papel de liderança na entrada de capital em produtos vinculados ao Bitcoin", disse.
Ele aponta que esses influxos significativos foram intercalados por períodos de volatilidade. Em 22 de outubro, por exemplo, ocorreram saídas substanciais de US$ 134,7 milhões da Ark, e a Grayscale experimentou saídas persistentes, totalizando US$ 20,06 bilhões no período de rastreamento.
"O apelo magnético do Bitcoin para investidores permanece forte, inabalável diante das flutuações de mercado", aponta.
Pontos que podem fazer o Bitcoin subir acima de US$ 73 mil
Outro ponto destacado pelo analista é que o mercado de opções de Bitcoin continua a se expandir, com o interesse aberto total alcançando 334,22K BTC em 28 de outubro de 2024. A Deribit lidera com 246,48K BTC em contratos abertos, seguida pela CME com 31,89K BTC e OKX com 22,32K BTC. A Binance representa 28,50K BTC, enquanto a Bybit contribui com 5,03K BTC.
"Com o preço do Bitcoin pairando em torno de US$ 69K no momento, o sentimento dos investidores permanece otimista, com participantes do mercado se posicionando estrategicamente para uma possível superação da marca de US$ 70.000, ampliando as expectativas de movimentos de preços significativos", afirma.
A Microsoft também é um dos pontos destacado pelo analista já que um recente documento da Microsoft Corp. (MSFT) junto à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) revelou que a reunião de acionistas da gigante de tecnologia em 10 de dezembro incluirá uma proposta para avaliar o investimento em Bitcoin, gerando grande interesse entre os participantes do mercado.
Segundo ele, caso os acionistas, incluindo Vanguard e BlackRock, aprovem o plano, a empresa poderia alocar 10% de suas reservas de US$ 76 bilhões em Bitcoin, equivalente a US$ 7,6 bilhões. Com os preços atuais, isso representaria 104.109 BTC, mais de dez vezes as participações atuais de Bitcoin da Tesla.
"A magnitude dessa compra potencial de Bitcoin leva especialistas do mercado a anteciparem um gargalo de oferta. Atualmente, 80% de toda a oferta de Bitcoin permanece imóvel há mais de seis meses, indicando que uma parcela significativa da oferta em circulação está nas mãos de investidores de longo prazo, sem intenção de vender.
Isso cria um ambiente em que compras em larga escala – como o possível investimento da Microsoft – podem desencadear uma pressão de alta nos preços, pois talvez não haja liquidez suficiente para absorver a demanda sem elevar substancialmente o preço", afirmou.
Para o analista, as UTXOs (Unspent Transaction Outputs) do Bitcoin reforçam essa escassez na oferta disponível. Dados em cadeia mostram que os detentores de curto prazo (de 1 semana a 6 meses) possuem um preço médio de aquisição em torno de US$ 67.938,07, o que indica que muitos compradores recentes estão obtendo lucros.
Com isso, segundo ele, a pressão de venda diminui, permitindo que o mercado ganhe estabilidade. Ao mesmo tempo, os detentores de Bitcoin entre 6 e 12 meses adquiriram suas moedas por aproximadamente US$ 57.196,95, também mantendo uma margem de lucro significativa.
"Os detentores de longo prazo, com mais de 1 ano, apresentam preços de aquisição ainda menores, como US$ 20.938,85 para aqueles com Bitcoin entre 18 meses e 2 anos, reforçando o incentivo para manterem suas moedas. Essa retenção contínua de Bitcoin por novos e antigos investidores comprime ainda mais a oferta disponível, sinalizando uma potencial alta de preço à medida que o mercado se aproxima de níveis críticos", afirma.
Choque de oferta e potencial de alta no mercado
"Quando a demanda por um ativo supera drasticamente a oferta disponível, o mercado enfrenta um choque de oferta, resultando em rápidas elevações de preço. No caso do Bitcoin, o limite fixo de 21 milhões de moedas, combinado com o comportamento dos HODLers – que tendem a manter suas posições durante a volatilidade – amplifica os efeitos de tal choque.
O potencial investimento da Microsoft poderia atuar como um catalisador, impulsionando o mercado para um estado em que compras institucionais e corporativas intensificam as restrições de oferta. Isso, por sua vez, poderia elevar o preço do Bitcoin de maneira substancial, uma vez que a oferta existente se torna cada vez mais limitada", destaca Ermolaev.
Para Ermolaev, com a aproximação das eleições dos EUA em 4 de novembro, investidores acompanham de perto como os resultados políticos podem influenciar a regulamentação das criptomoedas. Dados da Polymarket mostram Donald Trump liderando com 66,1% de probabilidade, contra Kamala Harris com 33,9%. Muitos veem uma possível vitória de Trump como positiva para o mercado de criptoativos, devido à sua postura pró-cripto.
No entanto, o CEO da Ripple, Brad Garlinghouse, mantém otimismo independente do resultado, afirmando: “Independentemente do que acontecer, teremos um Congresso mais pró-cripto e pró-inovação do que nunca.” Garlinghouse acredita que os EUA estão próximos de uma “redefinição regulatória,” observando que, apesar de Harris ser menos vocal, ela demonstrou apoio à inovação e tecnologia, deixando espaço para otimismo.
Ainda segundo ele, a medida que o Bitcoin quebra a resistência psicológica dos US$ 70.000, a interação entre influxos de ETFs, atividade no mercado de opções e o sentimento do mercado se torna crucial. A votação da Microsoft em 10 de dezembro pode aumentar ainda mais a demanda, potencialmente impulsionando o Bitcoin para novos máximos. Além disso, as eleições dos EUA podem trazer clareza regulatória, com Garlinghouse otimista em relação a políticas pró-cripto, independentemente do vencedor.
"Investidores são aconselhados a monitorar de perto os influxos de ETFs e as tendências do mercado de opções, pois esses fatores fornecerão insights essenciais sobre os próximos movimentos do Bitcoin. Seja com uma vitória de Trump gerando um rali ou uma breve correção no mercado, o Bitcoin permanece posicionado para crescimento de longo prazo, sustentado pela adoção institucional e pela evolução regulatória", finaliza.