Rumores envolvendo a China Evergrande Group afetaram os mercados e aumentaram a desconfiança sobre o ritmo de recuperação da economia global; os criptoativos não ficaram de fora. No período entre 19 e 21 de setembro, o bitcoin chegou a desvalorizar cerca de 18%, conforme o gráfico abaixo.

O impacto da crise da Evergrande no mercado crypto ganhou ainda mais força quando surgiu o boato de que o Tether (USDT), principal stablecoin do mercado, possuía papéis da companhia chinesa entre os ativos usados como lastro. 

Apesar dos emissores do Tether já terem negado possuir exposição a títulos de dívida da companhia chinesa, as notícias sobre a Evergrande contribuiram para que o mercado de criptoativos global sofresse uma queda de mais de US$ 600 bilhões em volume.

De acordo com a equipe de Research da Transfero, que recentemente acertou em cheio o movimento de alta do Bitcoin (BTC), mesmo em meio a este cenário a reação do mercado foi positiva.

O anúncio de novos estímulos do Federal Reserve Board (FED), responsável pela política monetária americana, e a injeção de US$ 18 bilhões das autoridades chinesas para conter o risco da Evergrande contribuiram para a recuperação do Bitcoin, que voltou aos patamares acima do suporte de US$ 42,7 mil. 

“Isso é um bom sinal, visto que nessa faixa há uma grande concentração de volumes negociados. A depender das próximas notícias envolvendo a Evergrande, os bullishs esperam que o bitcoin se fortaleça, podendo retornar à faixa dos US$ 47,2 mil, o que seria um movimento positivo”, destacam os analistas da Transfero, ressaltando que, nesse cenário, o preço ficaria acima da MMS200 (média móvel do período de 200 dias anteriores), o que se caracteriza por um sinal de alta.

China

Na mesma linha dos analistas da Transfero, o CEO da Digitra.com, Rodrigo Batista, destacou que outro aspecto que contribuiu para o cenário negativo no mercado de criptomoedas foi, mais uma vez, o Banco Popular da China, afirmar que as transações com criptomoedas estão proibidas no país e que os reguladores vão perseguir as empresas de cripto.

"Qualquer mínima possibilidade de não controle da saída de capital, desagrada os órgãos do país. É por isso que hoje tivemos uma investida mais forte, com especial citação ao Tether, já que o USDT é o principal ponto de fuga para Chineses que querem acessar o mercado cripto."

Matias Bari CEO da SatoshiTango, também destacou que o assunto, embora não conhetenha  nenhuma novidade, ajudou a impactar um mercado já fragilizado.

“A China já havia dado vários passos nessa direção. A notícia não é “nova”. No entanto, é mais um passo. Pessoalmente, acredito que as proibições não são boas e a China proíbe várias coisas que nós apreciamos: liberdade, descentralização, baixo controle por parte de uma organização. Sendo assim, o fato de proibirem as criptomoedas só reforça que essas características são reais”, disse Bari.

Já Marco Castellari, CEO da Brasil Bitcoin, que a guerra da China contra o Bitcoin não começou agora e que, portanto, a perseguição também não vai acabar tão já.

"Desde 2013 tentam inibir a mineração e comercialização das criptomoedas, pois é um ativo que foge do controle centralizado e dá liberdade ao indivíduo, botando em risco o poder do governo chinês. Porém, os investidores não precisam se preocupar: grande parte dos mineradores já estavam migrando da China para outros países, então a rede não deve sofrer nenhum impacto em sua segurança", afirmou.

E agora, Bitcoin vai cair ou subir

Com este cenário turbulento os analistas da Trasfero alertam que pode ocorrer uma nova queda no mercado de derivativos e, com isso, levar o Bitcoin abaixo de US$ 38 mil.

De acordo com a empresa, o volume das puts (opções de venda) aumentou consideravelmente nas últimas 24 horas (considerando a data em que este texto foi escrito, em 23 de setembro). Dos cinco maiores instrumentos negociados, quatro são de opções de venda.

“Se seguir essa tendência de baixa, reagindo à escalada da crise imobiliária chinesa, os bearishs podem ficar atentos a uma possível queda, chegando ao suporte de US$ 37,5 mil", afirma

Avalanche é destaque

Enquanto a maior criptomoeda do mercado passa por turbulências um criptoativo se destacou e alcançou sua maior cotação histórica nesta semana, ficando próximo do top 10 ativos de maior valor de mercado.

Trata-se da Avalanche (AVAX), outra blockchain alternativa ao Ethereum (ETH), que busca ser altamente escalável, com transações com baixo custo e capaz de executar smart contracts de forma rápida.  

 

Recentemente, a Avalanche recebeu um investimento de US$ 230 milhões para desenvolver o seu ecossistema e projetos de DeFi na rede.

Segundo a Transfero, o mercado reagiu de maneira muito positiva a essa rodada de investimentos, fazendo com que o token AVAX se valorizasse muito nas últimas semanas.

Além disso a atualização 'Apricot Phase 4' lançada no blockchain Avalanche com sucesso pode ajudar a manter o preço em alta já que 97,5% dos validadores atualizou seu software antes da ativação, isso indica a prontidão da comunidade Avalanche e dos validadores.

Com o aumento da concorrência no ecossistema da camada 1, o Avalanche preservou seu tempo rápido de conclusão e garantiu que ele não aumentasse proporcionalmente com o crescimento do usuário. 

Isto fez o valor total bloqueado (TVL) da Avalanche subiu US $ 312 milhões em agosto para US $ 2,6 bilhões em 14 de setembro. A crescente demanda por projetos na rede de blockchain é a chave para o pico de TVL. 

Quem também está otimista com o criptoativo é o analista conhecido como @AltcoinSherpa que estabeleceu uma meta de US $ 100 para AVAX e acredita no potencial de crescimento do principal DEX da rede Avalanche. 

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