Nos últimos dias de abril, o Bitcoin voltou a demonstrar resiliência em meio à turbulência global. Enquanto a bolsa americana recuava e o ouro avançava, o BTC acompanhou o movimento do metal precioso, chegando a tocar US$ 95,8 mil, um sinal claro de que o mercado começa a reavaliar seu papel como ativo de proteção.
Essa mudança de dinâmica foi impulsionada por três fatores principais: o alívio nas tensões comerciais entre EUA e China, a busca crescente por ativos globais menos correlacionados com o mercado americano e o fortalecimento da narrativa do Bitcoin como reserva de valor.
Com isso o Bitcoin conseguiu sair do nível de US$ 80 mil e retornar ao ponto de US$ 94 mil, testando resistência importantes como US$ 96 mil. Diante desse novo cenário, analistas da Coinext Research, apontaram ao Cointelegraph Brasil, as 5 criptomoedas que eles acreditam podem ser ótimas opções para o mês de maio e pode trazer lucro aos investidores. Confira a análise.
5 melhores criptomoedas para comprar - Bitcoin (BTC)
Desde sua criação, o Bitcoin se comportava como um ativo de risco, seguindo de perto o desempenho da bolsa americana, especialmente das grandes empresas de tecnologia como Google e Microsoft. Portanto, sua correlação com o índice S&P500 era forte: quando a bolsa subia, o Bitcoin subia, nas quedas, o comportamento se repetia.
Nas últimas semanas, no entanto, esse padrão começou a se alterar. Durante o auge das tensões tarifárias lideradas por Donald Trump, o Bitcoin se descolou dos mercados acionários tradicionais e passou a se comportar de forma semelhante ao ouro. Enquanto o S&P 500 e o Nasdaq recuaram cerca de 5%, o Bitcoin avançou 10%, acompanhando a alta de 7% do ouro.
Essa mudança é confirmada pela análise da correlação de Pearson, que mede a força e direção da relação entre dois ativos. Entre o final de janeiro e 27 de fevereiro, a correlação entre o Bitcoin e o ouro atingiu -0,7 (indicando uma inversão de movimentos inicialmente), enquanto a relação com os índices americanos permaneceu acima de 0,50, sugerindo que o Bitcoin começou a trilhar um caminho próprio, mais próximo do perfil de ativo de proteção.
Por isso, escolhemos o Bitcoin como o primeiro ativo da nossa carteira para maio. Após voltar para a região dos US$90 mil, o BTC demonstra força técnica: a continuidade desse movimento pode levá-lo ao rompimento dos US$101.583.
A consolidação desse novo comportamento, mais alinhado à dinâmica do ouro, reforça ainda mais nossa confiança no Bitcoin como protagonista do mercado nos próximos meses e seu retorno a patamares mais altos.
Bitcoin Cash (BCH)
O Bitcoin Cash (BCH) é uma criptomoeda criada em 1º de agosto de 2017, a partir de uma divisão (hard fork) do Bitcoin original (BTC). Essa separação ocorreu após um longo debate dentro da comunidade sobre como o Bitcoin deveria evoluir para lidar com o aumento no volume de transações e manter sua eficiência.
A principal diferença entre o Bitcoin Cash e o Bitcoin está no tamanho do bloco da blockchain. O BCH aumentou o limite de tamanho de seus blocos permitindo que a rede processe muito mais transações por segundo, com taxas mais baixas e confirmações mais rápidas. O objetivo era preservar a visão original de Satoshi Nakamoto: criar um dinheiro eletrônico global de uso diário, capaz de realizar pagamentos rápidos, baratos e confiáveis.
Em abril, a rede avançou ainda mais ao lançar, em parceria com a Unstoppable Domains, os domínios .BCH. Essa inovação transforma endereços de carteira complexos em nomes simples e seguros, facilitando o uso cotidiano da criptomoeda.
Movimentando mais de US$4 bilhões por mês, o Bitcoin Cash aposta agora na ampliação da acessibilidade e no fortalecimento de sua proposta como alternativa eficiente para transferências, microtransações e pagamentos globais. A integração com identidades digitais não apenas expande a base de usuários, mas também posiciona o BCH como um ativo preparado para maior adoção no ambiente Web3.
Com a iniciativa dos domínios .BCH, usuários e empresas passam a dispor de ferramentas mais práticas para transacionar criptoativos e criar identidades descentralizadas, o que reforça ainda mais a infraestrutura robusta do Bitcoin Cash e seu potencial de valorização.
Após o anúncio de uma pausa nas tarifas comerciais pelos Estados Unidos, o ativo reagiu positivamente, subindo 10% e se aproximando da marca dos US$300. Embora ainda enfrente resistências técnicas e pressão vendedora, conforme indica o indicador Chaikin Money Flow (CMF), a melhora no sentimento de mercado abre espaço para uma recuperação mais consistente, especialmente se o CMF ultrapassar a linha zero.
Por essas razões, escolhemos o Bitcoin Cash (BCH) como uma das nossas principais apostas para o mês de maio, combinando fundamentos sólidos, avanços tecnológicos recentes e forte potencial de valorização no curto e médio prazo.
Litecoin (LTC)
O Litecoin (LTC) é uma criptomoeda criada em 2011 por Charlie Lee, ex-engenheiro do Google, com a proposta de ser uma alternativa mais rápida e prática ao Bitcoin, frequentemente apelidado de "Prata Digital" em comparação ao "Ouro Digital" do BTC. Desenvolvido para uso diário, o Litecoin oferece confirmações de transações em cerca de 2,5 minutos, quatro vezes mais rápido que o Bitcoin, além de taxas mais baixas.
Com foco em transferências rápidas, pagamentos e microtransações, o LTC construiu uma rede sólida, presente em mais de 2.000 estabelecimentos ao redor do mundo. Sua alta liquidez e tradição reforçam sua posição como uma solução prática no mercado cripto.
Recentemente, o Litecoin voltou aos holofotes após a aprovação, pela SEC dos Estados Unidos, de uma proposta de ETF à vista apresentada pela Canary Capital, um movimento que pode tornar o LTC o terceiro criptoativo a conquistar um ETF no país, depois de Bitcoin e Ethereum.
Impulsionado por essa notícia, o portal ABC Money destacou a valorização do LTC, que saltou de US$77 para a faixa entre US$82 e US$85, com investidores de olho no rompimento da resistência técnica em US$ 85,19. As projeções mais otimistas apontam para a possibilidade de o ativo atingir US$100 ou até mesmo ultrapassar US$130 já em maio.
Além disso, métricas on-chain apontam para um aumento consistente na atividade de endereços e no volume de transações, fortalecendo a perspectiva de recuperação para o segundo trimestre. Com fundamentos sólidos, adoção crescente e novos catalisadores no horizonte, o Litecoin se destaca como uma das apostas mais promissoras para maio. O patamar atual de preços oferece um ponto de entrada estratégico para quem busca potencial de valorização no curto e médio prazo.
Dogecoin (DOGE)
O Dogecoin (DOGE) é uma memecoin, mas que rapidamente ganhou protagonismo no mercado cripto. Embora não seja um fork direto do Bitcoin (BTC), deriva de forma indireta: originou-se do Litecoin (LTC), que por sua vez é baseado no código do Bitcoin. Assim, o DOGE carrega o DNA do BTC, preservando características essenciais como a descentralização e o mecanismo de prova de trabalho (Proof of Work - PoW).
Lançada em 2013 como uma brincadeira inspirada no meme do cachorro Shiba Inu, a Dogecoin construiu uma comunidade forte e se consolidou como ferramenta prática para microtransações, gorjetas online e pagamentos rápidos, combinando leveza e alta liquidez.
Nos últimos meses, a Dogecoin voltou a ganhar destaque com o movimento de grandes gestoras como Rex Shares, 21Shares, Bitwise e Grayscale, que apresentaram propostas para lançar ETFs da memecoin. A Grayscale já converteu seu Dogecoin Trust em pedido formal de ETF, com decisão da SEC prevista para 21 de maio, o que poderá ampliar significativamente a exposição institucional ao ativo.
Além disso, no cenário corporativo, a Coeptis Therapeutics anunciou fusão com a mineradora Z Squared, visando criar a maior empresa pública dedicada à mineração de Dogecoin nos EUA, refletindo o interesse crescente de companhias tradicionais em ativos digitais como o DOGE. Em paralelo, empresas como Neptune Digital Assets e Spirit Blockchain Capital também aumentaram suas alocações no ativo.
No campo técnico, o ativo registra alta: valorizou 3,89% em quatro dias consecutivos entre 21 e 25 de abril, com volume intradiário de US$1,66 bilhão. Indicadores como MACD e RSI reforçam o viés otimista no curto prazo, com alvos apontando para US$0,20 caso se mantenha acima de US$0,18.
Diante do fortalecimento de sua infraestrutura, da possibilidade de novos fluxos institucionais via ETFs e da melhora no cenário técnico, o Dogecoin se destaca como uma escolha estratégica para maio. Mesmo sendo uma memecoin, seu apelo popular e crescente integração com o mercado tradicional o tornam um ativo relevante no portfólio de quem busca oportunidades no universo cripto.
Pax Gold (GOLD)
O PAX Gold (PAXG) é um ativo digital que reúne o melhor de dois mundos: a segurança do ouro físico e a praticidade do universo cripto. Emitido pela Paxos Trust Company, cada token é lastreado em uma onça troy de ouro real, armazenado em cofres altamente seguros. Com isso, investidores podem acessar a proteção tradicional do ouro sem prescindir da liquidez e da agilidade proporcionadas pela blockchain.
Nos últimos meses, o ambiente macroeconômico mudou significativamente: as tensões geopolíticas se intensificaram, a volatilidade aumentou e o mercado passou a buscar ativos defensivos. O ouro, tradicional porto seguro, ultrapassou a marca dos US$3.200, enquanto o Bitcoin, historicamente visto como um ativo de risco, começou a adotar um comportamento mais próximo ao do metal precioso.
Diante dessa nova dinâmica, escolhemos incluir o PAX Gold entre nossas principais apostas para maio. Optamos por um ativo tokenizado e lastreado em ouro para capturar essa mudança no comportamento dos investidores, que agora buscam segurança sem sair do ecossistema blockchain. O PAXG oferece essa ponte perfeita: combina a estabilidade do ouro com a flexibilidade e a inovação da Web3.
Refletindo essa tendência, a Bitget Wallet passou recentemente a oferecer suporte para negociações à vista e de futuros de PAXG, ampliando ainda mais o acesso ao ativo. Iniciativas como essa demonstram que a tokenização de ativos reais está se consolidando como uma das grandes tendências para os próximos ciclos do mercado.
Em um cenário de incertezas e de crescente correlação entre Bitcoin e ouro, apostar no PAX Gold é uma decisão estratégica para quem busca proteção e, ao mesmo tempo, quer manter-se exposto às inovações do mercado cripto.