O investimento de fundos de capital de risco (VCs) em startups de criptomoedas se manteve estável em abril, comparado ao mês anterior, de acordo com os dados da RootData compilados pelo portal WuBlockchain. 

Embora tenha ocorrido uma leve queda mensal nos aportes de VCs, de US$ 1,09 bilhão para US$ 1,02 bilhão, a tendência de crescimento anual se manteve, registrando uma alta de 12,1%.

Também foi verificada uma queda no número total de projetos investidos na comparação entre abril e março: 161 e 186, respectivamente. A variação anual, no entanto, registrou um crescimento de 29,8%, já que em abril de 2023 as rodadas de financiamento contemplaram 124 projetos.

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VCs estão focados em projetos de infraestrutura

Projetos de infraestrutura e de finanças descentralizadas lideraram as rodadas de financiamento em abril, com destaque para a Monad e a Berachainas – duas redes alternativas de camada 1 compatíveis com a Ethereum (ETH). O terceiro lugar coube a Auradine, uma empresa do setor de mineração de criptomoedas.

A Monad Labs concluiu uma rodada de financiamento privada de US$ 225 milhões liderada pela Paradigm, com a participação da Electric Capital e da Greenoaks, e atingiu um valor de mercado de US$ 3 bilhões. Os fundos captados serão usados para construção de uma rede de camada1 compatível com a Ethereum e altamente escalável. 

A rede de testes da Monad tem demonstrado a capacidade de processar 10.000 transações por segundo (TPS), um número significativamente superior ao da Solana (SOL), com 941 TPS, e da Ethereum, com 17,3 TPS, segundo dados da Chainspect. A rede principal da Monad deverá entrar em operação até o final deste ano.
 
Com uma proposta semelhante, a Berachain concluiu uma rodada de financiamento de série B de US$ 100 milhões liderada pela Brevan Howard Digital e a Framework Ventures, e participação da Polychain Capital, Hack VC e Tribe Capital. Com os recursos captados, a avaliação da empresa atingiu US$ 1,5 bilhão.

Além de suas finalidades comuns, tanto a Monad quanto a Berachain lançaram tokens nativos. As recentes rodadas de financiamento aumentam a probabilidade de que ambas lancem campanhas de airdrops com foco na capitalização de suas redes e no fortalecimento de suas comunidades de usuários.

Representando o setor de mineração, a Auradine se destacou ao levantar US$ 80 milhões em uma rodada de Série B, com participação da Marathon Digital. 

A Auradine lançou o minerador de Bitcoin Teraflux em novembro do ano passado e também mantém uma unidade de mineração própria, que entrou em operação durante o ciclo de baixa de 2022.

Ainda no setor de infraestrutura, a Movement Labs captou US$ 38 milhões em uma rodada de série A liderada pela Polychain, com participação da Hack VC e da Robot Ventures para desenvolvimento de uma rede de camada 2 da Ethereum que pretende ir além da EVM. 

Multicoin, Animoca Brands e Arrington Capital lideraram uma rodada de financiamento de série A para acelerar o desenvolvimento da XION, uma rede alternativa de contratos inteligentes

A Mezo, uma rede de camada 2 do Bitcoin (BTC), levantou US$ 21 milhões em uma rodada de série A liderada pela Pantera Capital. Os desenvolvedores por trás do projeto já lançaram um programa intitulado "HODL Proof." Ele permite que os usuários do protocolo depositem Bitcoins em troca de pontos, em antecipação a um provável airdrop.

DeFi

O setor de finanças descentralizadas (DeFi) completa a lista dos dez maiores aportes de VCs em abril com a Aligned Layer, uma camada descentralizada de verificação de prova de conhecimento zero para a Ethereum desenvolvida na EigenLayer; a Phoenix Trade, uma exchange descentralizada (DEX) baseada na Solana; e a Puffer Finance, um protocolo de restaking da Ethereum que deve lançar a sua própria rede principal em breve.

Da soma de US$ 1,02 bilhão captada pela indústria de criptomoedas em abril, os projetos de infraestrutura responderam por US$ 489 milhões em investimentos, o equivalente a 48% do total. A seguir, com números bem menores, os protocolos DeFi receberam US$ 58 milhões em investimentos – 5,7% do total.

Os investimentos de fundos de capital de risco revelam para onde o dinheiro está fluindo no ecossistema mais amplo de criptomoedas, oferecendo pistas valiosas para os traders sobre os nichos de mercado com maior potencial de alta no médio e longo prazo, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil recentemente.