A narrativa da “criatura controlando o criador”, usada frequentemente nos últimos meses em relação a um possível domínio da inteligência artificial (IA) sobre a espécie humana, parece não assustar Xavier Sala-i-Martin. Segundo e economista, a IA, “mais do que nunca”, precisa dos seres humanos. Foi o que ele destacou em sua palestra no Mastercard LAC Innovation Forum 2023, evento realizado pela gigante dos pagamentos nos dias 28 e 29 em Miami (EUA).
Na avaliação do professor de Economia na Universidade de Columbia, os dados obtidos pela IA são obtidos no mundo real. Nesse caso, exemplificou Martin, se a IA é alimentada por pessoas racistas ou sexistas, “os dados também o serão.” Ao qualificar como errada a ideia de que a IA pode substituir os seres humanos, embora a tecnologia possa substituir inúmeras tarefas das pessoas, ele argumentou que:
“O verdadeiro problema ocorre quando as máquinas se tornam muito, muito boas, mas não são perfeitas. É isso que está acontecendo como a inteligência artificial hoje. Estamos confiando em uma tecnologia, que é muito boa, mas ainda não é perfeita. Por isso que hoje a inteligência artificial, mais do que nunca, precisa dos humanos.”
Abordando sobre o lançamento do ChatGPT em 30 de novembro do ano passado, ele disse que o chatbot da startup OpenAI representa um produto que capta a imaginação das pessoas, desenvolvido com sucesso após 60 anos de fracasso. Apesar disso, prosseguiu o especialista, a ferramente ainda representa um modelo de previsão estatística, que possui três componentes básicos: dados, padrões e predição.
Nesses casos, Xavier Sala-i-Martin ressaltou que esses componentes possuem algoritmos que essencialmente extraem padrões estatísticos e padrões ocultos nos dados para fazer suas previsões.“
A razão pala qual ainda precisamos dos humanos, ou por que a IA precisa dos humanos mais do que nunca, é porque existem problemas nestas três áreas”, justificou.
Outro motivo elencado pelo professor seria o eventual envenenamento de dados por hackers, o que desencadearia problemas nos algoritmos. Razão que reforça a avaliação do economista de que a tecnologia, impulsionada pela quarta revolução industrial, precisa de humanos “para treinar, supervisionar e garantir que ela não saia do controle.”
Quem também está de olho no avanço da IA é a Amazon, que acaba de lançar o “Q”, um chatbot criado especialmente para empresas, conforme noticiou o Cointelegraph.