O mercado de criptomoedas se beneficiava pelo fluxo de entrada de capital líquido e operava a um market cap de US$ 3,34 trilhões (+5%) na manhã desta terça-feira (14), quando o Bitcoin (BTC) orbitava US$ 96,6 mil (+5,7%) com 57,4% de participação de mercado, sentimento dos investidores em região neutra (46%) e a maior parte das altcoins avançadas, em até 100%, apesar da perda acumulada semanal de até dois dígitos percentuais.
A volatilidade do Bitcoin, que chegou a perder o suporte de US$ 90 mil nas últimas 24 horas, refletiu-se no aumento de 80% na liquidação de traders alavancados de criptomoedas. O que representou um volume aproximado de US$ 630 milhões, sendo US$ 391 milhões em liquidações de posições compradas (long), que apostaram na alta, e US$ 239 milhões em posições vendidas (short), tomadores de empréstimo para recompra a preços menores que não ocorreram, segundo dados da plataforma Coinglass.
A reversão do BTC acontecia na esteira de movimentos divergentes do S&P 500 e do Nasdaq, aos quais o desempenho do Bitcoin se correlaciona em até 70% historicamente, encerrados respectivamente em 5.836,22 (+0,16%) e 19.088,10 (-0,38%). Movimento que retratava um cenário de possível precificação do FUD (medo, incerteza e dúvida) que atingiu os mercados na semana anterior, quando dados de aquecimento do mercado de trabalho nos Estados Unidos acenderam o sinal de alerta da inflação, incertezas com o futuro presidente Donald Trump e cautela dos investidores.
A desconfiança era perceptível pela alta a quase 5% nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA, os Treasuries, que são associados à segurança, portanto em lado oposto a mercados como o de criptomoedas. Já o índice Cboe Volatility Index (VIX), conhecido por índice do medo, recuava a 18,77 pontos (-3,94%), porém com alta acumulada de 14,6% em cinco dias, o que ainda apontava para o aumento da desconfiança dos investidores.
Embora moderado, o FUD continuou impactando negativamente os fundos negociados em bolsa (ETFs) estadunidenses baseados em negociação à vista (spot) de BTC e Ethereum (ETH), que registraram respectivas saídas líquidas de 284,19 milhões e US$ 39,43 milhões, de acordo com dados da plataforma SoSoValue.
Os investidores de criptomoedas precisam ficar atentos a, pelo menos, três outros possíveis catalisadores de volatilidade nessa semana: a divulgação do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês)) de dezembro nos EUA, às 10h30 dessa terça-feira, e, na quarta-feira (15), do índice de preços ao consumidor (CPI) e do Livro Bege, que é um relatório sobre as condições do mercado nos Estados Unidos e que antecede a reunião do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto, na sigla em inglês), o comitê de política monetária do Federal Reserve (Fed).
Na seara das principais altcoins em capitalização de mercado, o DOGE avançava a US$ 0,35 (+8,6%), o THETA era comprado por US$ 2,14 (+8,5%), o RENDER alcançava US$ 7,18 (+8%), o IOTA pareava US4 0,32 (+7,9%), o BEAM se convertia em US$ 0,022 (+1,3%), o GALA se equiparava a US$ 0,034 (+7,1%), o LINK estava cotado a US$ 20,03 (+8,8%) e o ENS se nivelava por US$ 31,68 (+8,1%).
Quanto às altas de dois dígitos percentuais, o AI16Z era transacionado por US$ 1,18 (+14,9%), o HYPE valia US$ 22,93 (+18,7%), o VIRTUAL era negociado por US$ 2,75 (+17,5%), o AIXBT se liquidava por US$ 0,56 (+39,1%), o GRASS alcançava US$ 2,76 (+21,2%), o PNUT se estabelecia em US$ 0,61 (+17,3%), o ARC se transformava em US$ 0,29 (+48,1%), o ANON equivalia a US$ 0,29 (+49,9%) e o GRIFFAIN atingia US4 0,38 (+31,1%).
Alguns tokens localizados entre os mil projetos mais capitalizados apresentavam melhor desempenho. Entre eles estavam as memecoins FARTCOIN, que se convertia em US$ 1,12 (+63,3%); AVA, cotada a US$ 0,28 (+78%); SIGMA, negociada por US$ 0,070 (+54%); e o token GRIFT, do agente de inteligência artificial (IA) para finanças descentralizadas (DeFi) Orbit, precificado em US$ 0,10 (+64%) com um pico de preço de 100% nas últimas 24 horas.
Gráfico de 24 horas do par GRIFT/USD. Fonte: CoinMarketCap
Entre as novas listagens em exchanges de criptomoedas estavam ARNOLD, D, SOLV e MOBY na LBank, D e MOBY na BitMart, A8 e DRIFT na Bithumb, TOSHI na Bybit, BUZZ na Huobi, MOBY na AscendEX, PMX e BABYSHARK na Gate.io, PNUT na Coinbase e TREAT na Bitget.
No radar dos investidores também estão as oito criptomoedas de baixa capitalização e até 86.000% em três meses com chance de alta de até 10.000%, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.