A disputa judicial entre Sony e Tencent voltou aos holofotes.
A gigante chinesa respondeu ao processo aberto em julho. Na ocasião, a dona do PlayStation acusou o jogo Light of Motiram, desenvolvido pela subsidiária Polaris Quest, de ser um ‘clone descarado’ de Horizon Zero Dawn.
Na ação movida na Califórnia, a Sony alega que o título da Tencent copia elementos centrais de Horizon Zero Dawn e Horizon Forbidden West.
Isso inclui uma protagonista ruiva, grupos tribais e o confronto contra animais robóticos em um mundo pós-apocalíptico.
A empresa sustenta que tais semelhanças poderiam levar jogadores a acreditar que se trata de um spin-off oficial da série.
A Tencent, por outro lado, classificou as acusações como ‘surpreendentes’ e acusou a rival de tentar transformar convenções comuns em propriedade exclusiva.
Tencent rebate e cita falta de originalidade em Horizon
Na resposta judicial, a Tencent afirmou que a Sony busca um ‘monopólio inadmissível’ sobre conceitos já consagrados em diversos jogos.
A empresa destacou títulos como Enslaved: Odyssey to the West, The Legend of Zelda: Breath of the Wild e Far Cry: Primal, que já utilizavam elementos semelhantes antes e depois da franquia Horizon ser lançada.
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Segundo a defesa, processar um projeto inédito que apenas faz uso de ‘tropes conhecidos’ não caracteriza plágio.
Para a Tencent, o caso não se trata de pirataria ou ameaça real à propriedade intelectual, mas de uma tentativa da Sony de cercar ‘um canto bem explorado da cultura popular’.
A empresa foi além e citou comentários do próprio diretor de arte de Horizon Zero Dawn, Jan-Bart van Beek, feitos em um documentário.
Segundo Van Beek, o estúdio Guerrilla chegou a engavetar o projeto inicialmente por temer semelhanças com Enslaved, lançado em 2013 pela Ninja Theory.
Para a Tencent, essa admissão reforça que Horizon nunca foi uma ideia totalmente original.
Light of Motiram terá mudanças
A controvérsia também trouxe mudanças no desenvolvimento de Light of Motiram.
Observadores notaram alterações recentes na página do jogo no Steam, onde imagens da protagonista ruiva e de certos mecanimais foram removidas.
A Tencent não confirmou oficialmente os ajustes, mas a movimentação sugere cautela diante do processo em andamento.
Ainda assim, a companhia segue defendendo que seu jogo tem identidade própria.
Light of Motiram é descrito como uma aventura em mundo aberto em um cenário onde a civilização desapareceu.
O título contará com criaturas mecânicas de grande porte, mas também com elementos inéditos, como sistema de sobrevivência, construção de bases e modo cooperativo online.
Por ora, o caso segue nos tribunais, e a expectativa é que a Sony apresente nova resposta em breve.
A disputa promete se arrastar, já que envolve não apenas questões de direito autoral, mas também a definição de até onde vão os limites entre inspiração legítima e cópia.
Tecent x Sony pode mudar a indústria gamer?
A batalha judicial entre Sony e Tencent ilustra os desafios atuais da indústria de jogos.
Cada vez mais, as grandes empresas buscam proteger suas propriedades intelectuais em um mercado bilionário.
Porém, como ressaltou a Tencent, a linha entre ‘ideia original’ e ‘uso de elementos comuns’ pode ser tênue.
Enquanto isso, a discussão expõe como os jogos compartilham convenções narrativas e mecânicas.
Personagens femininas fortes, mundos pós-apocalípticos e inimigos robóticos não são exclusivos de Horizon, mas sim ingredientes recorrentes no gênero.
Com o lançamento de Light of Motiram previsto apenas para 2027, o resultado desse embate ainda parece distante.
Todavia, o processo já levanta debates importantes sobre criatividade, inspiração e monopólio cultural no mundo dos videogames.
Fonte: The Game Post
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