O jogador Bruno Henrique, do Flamengo, passou a ser investigado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) pelo suposto envolvimento em um esquema de manipulação de apostas.
O STJD tomou a medida após receber um relatório da Polícia Federal (PF) que traz indícios da participação do jogador no esquema.
O atacante teria recebido um cartão amarelo em partida do Campeonato Brasileiro de 2023, beneficiando parentes seus e outras pessoas que registraram apostas nesse tipo de advertência.
Conversa com o irmão compromete Bruno Henrique
A partida sob investigação ocorreu no dia 1º de novembro de 2023, contra o Santos. Bruno Henrique recebeu um cartão amarelo já nos acréscimos do segundo tempo.
No entanto, de acordo com a PF, o lance teria sido proposital. Ou seja, o atleta teria forçado o cartão como conhecimento prévio de apostadores próximos.
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Entre os indiciados pela PF, além do próprio Bruno Henrique, estão seu irmão, Wander Nunes Pinto Júnior, sua cunhada Ludymilla Araújo Lima, e a prima Poliana Ester Nunes Cardoso.
Afinal, todos teriam feito apostas em seus nomes em diferentes casas de apostas.
Segundo as investigações, os valores das apostas foram relativamente modestos.
Por exemplo, Wander teria apostado R$ 380,86 e recebido R$ 1.180,67 como retorno.
As mensagens às quais a Polícia Federal teve acesso somam quase 4 mil conversas no celular de Bruno Henrique.
Aliás, o jogador havia apagado muitas delas, que a polícia conseguiu recuperar durante as investigações.
No entanto, a conversa que mais complicou a vida do atacante flamenguista estava no celular do irmão.
O bate-papo indica que ele estava ciente da manipulação de apostas no jogo contra o Santos. Afinal, dá a entender que forçará o cartão.
STJD pode impor suspensão ao jogador
O presidente do STJD, Luís Otávio Veríssimo Teixeira, determinou a instauração do inquérito, com prazo inicial de 15 dias para a conclusão do relatório, mas prorrogável por igual período.
A investigação ficará a cargo do auditor Maxwell Borges de Moura Vieira. Por outro lado, o jogador segue apto a atuar pelo Flamengo, já que não houve pedido de suspensão preventiva.
A defesa de Bruno Henrique nega qualquer envolvimento do atleta em manipulação de apostas e criticou a divulgação das mensagens.
Em nota, afirmou que o jogador é ‘respeitado por sua simplicidade e comprometimento com o esporte’. Além disso, defende que o setor de apostas deve passar por maior regulação.
Agora, caberá ao STJD analisar as novas provas e decidir se Bruno Henrique será julgado por infração disciplinar.
Isso pode acarretar punições esportivas adicionais, além das consequências criminais que já estão em andamento na Justiça. Por exemplo, o atacante pode acabar recebendo uma suspensão longa.
Despacho sobre o caso
Leia o despacho do presidente do STJD a respeito da abertura de inquérito:
Informo que, em resposta às solicitações de compartilhamento formuladas pelo Presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva e pelo Procurador Geral da Justiça Desportiva, a cópia integral do Inquérito Policial nº 2024.0082027-CGRC/DICOR/PF (PJe nº 0741636-90.2024.8.07.0001) foi oficialmente encaminhada a este Tribunal pelo Coordenador de Repressão à Corrupção da Polícia Federal, Delegado Daniel Mostardeiro Cola, nos termos de autorização judicial expressa para ‘compartilhamento dos dados da presente investigação com o Superior Tribunal de Justiça Desportiva, pois pertinente com as atividades desenvolvidas pelo referido órgão’.
Considerando o conteúdo compartilhado em 5 de maio de 2025 e com fulcro nas atribuições conferidas pelo art. 81 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), determino de ofício a instauração de inquérito para apurar possível infração disciplinar cometida pelo atleta Bruno Henrique Pinto, do Clube de Regatas do Flamengo (CRF), relacionada a suspeita de manipulação de resultados.
Nos termos do art. 82 do CBJD, o Auditor Processante, Dr. Maxwell Borges de Moura Vieira, disporá do prazo de 15 (quinze) dias, prorrogável por igual período, para conduzir a apuração e para apresentar relatório conclusivo.
Abra-se vista à Procuradoria do STJD para acompanhar o presente feito.
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