O mercado de apostas esportivas no Brasil está prestes a se transformar. A regulamentação do setor, prevista para entrar em vigor em janeiro de 2025, deve impactar a economia, atrair operadoras internacionais e aumentar a segurança dos apostadores.
Assim, em 2023, as apostas esportivas movimentaram cerca de R$ 150 bilhões no Brasil. Com a regulamentação, o governo espera arrecadar inicialmente R$ 2 bilhões em impostos, com potencial de crescimento nos anos seguintes.
O setor tem um grande potencial. Em agosto de 2024, 108 empresas solicitaram 113 licenças para operar no mercado brasileiro de apostas esportivas.
O ministério da Fazenda ainda precisa autorizar essas empresas, que poderão iniciar suas atividades legalmente a partir de janeiro, conforme as novas regras da chamada “lei das bets”.
Ricardo Santos, cientista de dados especializado em análise estatística e fundador da Fulltrader Sports, destaca as mudanças que estão por vir.
“A entrada de grandes operadoras internacionais trará investimentos e elevará o padrão de qualidade e segurança das plataformas de apostas disponíveis para os consumidores”, comenta.
Regulamentação apostas esportivas Brasil
Com a regulamentação, o Brasil poderá se alinhar a mercados mais maduros, como o europeu, onde as apostas esportivas seguem rígidos padrões de controle.
Além disso, o governo prevê um aumento significativo na arrecadação. Estimativas indicam que o setor poderá gerar entre R$ 2 bilhões e R$ 10 bilhões em impostos em 2025.
Os apostadores terão mais segurança e transparência. Com as empresas operando sob licenças oficiais e sujeitas à fiscalização, os consumidores contarão com garantias sobre a lisura das operações e a proteção de seus dados pessoais e financeiros.
Assim, o setor implementará medidas para combater a lavagem de dinheiro e fraudes, fortalecendo sua integridade.
A regulamentação também impõe desafios. O governo precisará equilibrar a arrecadação de impostos com a manutenção de um ambiente competitivo para as empresas. Além disso, será essencial criar campanhas publicitárias responsáveis, que evitem incentivar o jogo excessivo, especialmente entre os jovens.
O mercado de apostas esportivas também pode gerar empregos diretos e indiretos. Profissionais de tecnologia, marketing e atendimento ao cliente terão novas oportunidades. A entrada de grandes operadoras no país pode ainda estimular a capacitação de trabalhadores locais para atender às demandas do setor.
Educação financeira
Outro ponto relevante é a educação financeira dos apostadores. Com a operação legal e transparente das plataformas, será possível promover conteúdos educativos sobre gerenciamento de riscos e probabilidades. Ricardo Santos destaca a importância dessa conscientização.
“Plataformas que oferecem recursos educativos não apenas atraem consumidores mais conscientes, mas também ajudam a reduzir problemas relacionados ao comportamento de risco, tornando o mercado mais sustentável”, avalia.
Embora a regulamentação represente um avanço para o setor, todas as partes envolvidas precisam agir de forma responsável para maximizar os benefícios e minimizar os desafios. “A regulamentação é um passo importante, mas seu sucesso dependerá da colaboração entre governo, operadoras e consumidores para construir um mercado saudável e sustentável”, conclui Ricardo Santos.