Ao abrigo do Decreto-Lei n.º 22-B/2021 a centralização dos direitos televisivos do futebol português terá de acontecer a partir da época 2028/2029, incluindo a Liga Portugal.
Assim, a Liga de Clubes negociará e venderá em conjunto todos os jogos da I e II divisão.
No modelo atual, cada clube pode vender os seus direitos individualmente.
O grande objetivo desta centralização é aumentar o volume global dos direitos de transmissão.
Além disso, pretende-se redistribuir as receitas, por forma a fortalecer os clubes mais pequenos e aumentar a competitividade do campeonato.
No presente, a Sport TV transmite a maioria dos jogos da Liga Portuguesa, ao abrigo de acordos de distribuição com a NOS e a MEO.
A exceção são os jogos do Benfica, que são exibidos, de forma controversa, no canal BTV desde 2013.
Proposta de leilão dos direitos desportivos para 2028/2029
A proposta apresentada em 30 de julho de 2025 estabelece um sistema de leilão com uma ou duas rondas para atribuir os diversos lotes de jogos disponíveis.
Esta abordagem visa maximizar o valor dos direitos e garantir maior competitividade no processo de licenciamento.
Descubra onde apostar em Portugal.
O modelo da Liga Portugal prevê a divisão dos jogos das duas principais ligas em pelo menos dois lotes distintos.
Esta segmentação permite separar os jogos ‘premium’ dos restantes, ou criar divisões por liga.
Isto proporciona maior flexibilidade aos potenciais compradores e aumentando as oportunidades de receita.
Numa estratégia pragmática, a Liga definiu quatro cenários alternativos caso nenhuma proposta atinja o preço mínimo estabelecido pelos clubes.
Esta abordagem demonstra a preparação da organização para diferentes cenários de mercado.
Quatro Cenários Estratégicos
O primeiro cenário permite aceitar a melhor proposta recebida, mesmo que esta fique aquém do valor ideal.
Esta opção oferece flexibilidade à Liga para se adaptar às condições reais do mercado, permitindo atribuir o lote ao licitante com a melhor oferta disponível.
A segunda alternativa inclui a negociação privada direta.
Em vez de um leilão público adicional, a Liga poderia estabelecer negociações diretas com operadores interessados. Assim, procurando melhorar as condições oferecidas e alcançar um acordo mais vantajoso.
O terceiro cenário prevê dividir o lote entre vários operadores.
Esta estratégia permitiria que os jogos de um determinado pacote fossem distribuídos por múltiplos compradores.
Ou seja, maximizando a receita caso nenhum operador individual oferecesse o valor suficiente para todo o conjunto.
Transmissão Garantida em Canal Próprio da Liga Portugal
A quarta e mais ambiciosa opção estabelece que a Liga ‘garantiria a transmissão dos conteúdos em canal ou plataforma própria’.
Isto, caso nenhuma oferta externa seja considerada satisfatória.
Este cenário transformaria a própria entidade organizadora dos campeonatos numa operadora de televisão ou streaming.
Esta possibilidade representa uma mudança relevante no panorama mediático desportivo português.
A Liga Portugal assumiria o controlo total da distribuição dos seus conteúdos. Assim, emitindo os jogos diretamente aos adeptos através de uma plataforma própria.
Impacto no Mercado Televisivo
Esta proposta surge num momento essencial para o mercado dos direitos desportivos em Portugal.
Sobretudo, porque a centralização da comercialização promete maior profissionalização e eficiência na gestão destes ativos estratégicos.
Assim, seguindo o modelo já implementado com sucesso noutros países europeus.
Assim, a inclusão da opção de transmissão própria demonstra a ambição da Liga Portugal em diversificar as suas fontes de receita e reduzir a dependência de operadores tradicionais.
Esta estratégia alinha-se com as tendências globais do streaming desportivo e da monetização direta de conteúdos.
O modelo proposto para 2028/29 representa não apenas uma evolução na comercialização dos direitos televisivos.
Mas, potencialmente uma revolução completa na forma como os portugueses acedem ao futebol nacional.
A resposta do mercado e da Autoridade da Concorrência será determinante para o futuro mediático do desporto português.
Benfica, como forte opositor
Embora, seja um tópico em que existe concordância da parte da maioria dos clubes, existe uma voz de peso contra a centralização.
O Sport Lisboa e Benfica tem-se mostrado fortemente contra o projeto, tendo mesmo pedido a suspensão do grupo de trabalho.
Contudo, apesar das críticas dos dirigentes afetos ao clube de Lisboa, o processo continua a avançar.
O Cointelegraph é um website de leitura gratuita. Ao adquirir um produto pelos links afiliados no nosso conteúdo, podemos ganhar uma comissão sem custos adicionais para os nossos leitores. O que nos permitirá financiar as nossas operações e continuar com o nosso trabalho de investigação.
Aviso Legal: Em conformidade com a Portaria Normativa SPA/MF nº 615/2024, o uso de criptomoedas para apostas online está proibido em território brasileiro. Embora essa prática ainda seja permitida em outros países, este artigo passou a divulgar exclusivamente sites licenciados no Brasil. Recomendamos que, se estiver no Brasil, utilize apenas métodos de pagamento autorizados e acesse plataformas devidamente reguladas pelas autoridades nacionais.