O dono do Botafogo, John Textor, fez um acordo com o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e pagará R$ 1 milhão para encerrar um processo contra ele. Desde o ano passado, ele era acusado de ofender a honra de indivíduos ao alegar supostas manipulações contra a equipe carioca.
Em março de 2024, Textor afirmou ter provas de manipulação em jogos do Botafogo no Campeonato Brasileiro de 2023. O executivo citou especificamente uma partida entre Palmeiras e São Paulo. No entanto, o STJD decidiu que as evidências não eram suficientemente convincentes.
Em seguida, o próprio STJD abriu investigação contra Textor por “ofender alguém em sua honra, por fato relacionado diretamente ao desporto”. Essa conduta está prevista no artigo 243-F do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD).
Ao aceitar pagar uma multa de R$ 1 milhão, o proprietário do Botafogo se livra de responder ao processo. Além disso, escapa de uma possível suspensão de até dois anos, conforme a pena prevista em lei.
Palmeiras e São Paulo exigiram apuração contra Textor
A investigação do STJD teve início após a manifestação da Procuradoria Geral da Justiça Desportiva e de clubes como o Palmeiras e o São Paulo. Afinal, Textor referiu-se a ambos nominalmente em suas acusações de manipulação de resultado no Brasileirão.
A própria defesa do executivo sugeriu o acordo com pagamento de multa para encerrar o processo e impedir o pagamento. Portanto, os advogados de Textor não pareciam otimistas com o resultado da ação, caso ela fosse adiante.
Agora, o dono do Botafogo tem um prazo de 10 dias para realizar o pagamento da multa.
Com a resolução do caso, Textor deve colocar um ponto final em uma polêmica que sacudiu o futebol brasileiro entre o final de 2023 e o início de 2024. Na época, o executivo divulgou um relatório produzido por uma empresa de análise.
O documento apontava para possíveis erros de arbitragem em diferentes partidas do Brasileirão de 2023. Também chamava a atenção para o que chamou de “comportamento anormal” dos jogadores do São Paulo na partida em que o time perdeu de 5 a 0 para o Palmeiras. No entanto, usou inteligência artificial para isso. Segundo o documento:
“Nossa conclusão, baseada na análise de um vídeo de 1h40, indica, em relação à manipulação de placar, que a partida entre Palmeiras e São Paulo foi manipulada. A manipulação poderia estar ligada com resultado esportivo e/ou apostas esportivas da seguinte forma: derrota do São Paulo, derrota do São Paulo com uma diferença de gols. Pelo menos cinco jogadores do São Paulo estão envolvidos.”
Apesar disso, a denúncia não recebeu crédito algum do STJD, que não viu provas no relatório e acabou descartando o caso.
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Executivo vive momento conturbado no Botafogo
O valor da multa a Textor é a maior já imposta pelo STJD em casos do tipo. No entanto, parece ser um problema menor para o bilionário norte-americano. Principalmente, levando em conta o momento que ele vive à frente do Botafogo.
Muita coisa mudou desde as denúncias de manipulação que Textor fez em relação ao Brasileirão de 2023. Naquele ano, a equipe deixou escapar para o Palmeiras, na reta final, um título que parecia encaminhado, adiando o fim de um longo jejum.
Em 2024, a história foi bem diferente. Afinal, o Botafogo não apenas faturou o título brasileiro como também sagrou-se campeão da Libertadores — uma conquista até então inédita. Por isso, as polêmicas acusações de Textor sobre a temporada anterior haviam caído no esquecimento.
No entanto, 2025 começou bem diferente. O Botafogo perdeu o técnico Artur Jorge logo no início do ano. Em seguida, passou quase dois meses sem técnico, até anunciar o também português Renato Paiva. Nesse período, perdeu os títulos da Supercopa do Brasil e da Recopa Sul-Americana, o que gerou críticas da torcida a Textor.
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