A CPI das Apostas Esportivas recebeu nesta terça-feira (22/04) um alerta grave: influenciadores mentem para enganar seguidores e lucrar com apostas ilegais.
O delegado Lucimério Barros Campos, da Polícia Civil de Alagoas, afirmou que esquemas fraudulentos envolvem contas falsas, propaganda enganosa e lavagem de dinheiro.
Ele liderou a Operação Game Over, que desmantelou redes de influenciadores pagos por casas de apostas clandestinas.
De acordo com Lucimério, os conteúdos divulgados são produzidos com contas falsas, conhecidas como demo, que simulam ganhos irreais.
‘Tudo é encenação. Assim, os influenciadores fingem ganhar dinheiro para atrair seguidores’, afirmou.
Essas casas contratam criadores para divulgar links de apostas. Dessa forma, em troca, os influenciadores recebem contas onde não perdem dinheiro, mas conseguem encenar ganhos.
Portanto, a manipulação serve para enganar quem está vulnerável financeiramente, segundo o delegado.
Lucimério mostrou vídeos e áudios que comprovam a fraude orquestrada.
Além disso, ele também detalhou o fluxo de dinheiro: apostadores enviam valores por Pix para intermediadoras, que repassam às casas ilegais.
Essas empresas, muitas vezes registradas como fintechs fictícias, dificultam o rastreio e o bloqueio judicial.
‘Já identificamos R$ 15 milhões em apostas clandestinas só em Alagoas’, revelou.
Influenciadores mentem e quem perde é o povo
A publicidade predatória preocupa os senadores. Celebridades e ex-atletas também recebem para promover casas de apostas legalizadas, mas com práticas similares.
O delegado defendeu que o Congresso regulamente a propaganda de apostas e responsabilize empresas envolvidas.
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‘A publicidade agressiva explora a vulnerabilidade emocional dos brasileiros e ameaça a saúde financeira das famílias’, alertou.
Em resposta à senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), relatora da CPI das Bets, Lucimério revelou que a operação se expandiu para investigar organizações criminosas e lavagem de capitais.
Ele identificou estrangeiros por trás de grupos que arregimentam influenciadores no Brasil.
‘A estrutura envolvia camadas de tarefas e atuação coordenada. Foi além do estelionato’, explicou.
O presidente da CPI, senador Dr. Hiran (PP-RR), criticou a evasão fiscal dessas plataformas, que movimentam bilhões sem pagar impostos.
Ele defende a cobrança retroativa de tributos.
A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) parabenizou as polícias civis por enfrentarem o que chamou de ‘mercado bilionário, nojento e asqueroso’.
Ela citou operações semelhantes em Goiás, Pará, Maranhão, Mato Grosso, Ceará, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, todas com foco em influenciadores ligados a apostas ilegais.
‘Não desistam, vocês estão prestando um grande serviço ao país’, concluiu Damares ao Senado.
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