O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou de forma clara que, se dependesse dele, as bets seriam proibidas no Brasil. A declaração veio durante uma entrevista ao economista Eduardo Moreira, do portal ICL Notícias, que levantou preocupações sobre os efeitos sociais e econômicos das apostas online no país.
Desse modo, Haddad foi direto: ‘Se aparecesse um projeto na Câmara, eu apertava o botão do para. Não tem arrecadação que justifique essa roubada que nós chegamos.’.
Além disso, o ministro classificou o atual cenário como uma tragédia pública de grandes proporções. Assim, ele prometeu levar o tema à mesa do presidente Lula com dados concretos reunidos nos últimos seis meses.
De acordo com Haddad, o Brasil enfrenta uma verdadeira epidemia. São quase 10 milhões de pessoas com sintomas de vício em jogos de aposta, e 60% têm até 39 anos.
Dessa forma, ele apontou que isso afeta diretamente o futuro de uma geração, que muitas vezes abandona estudos e compromete a renda familiar para sustentar o vício.
Além disso, ele disse que o problema se agravou após a liberação do setor ainda no governo Temer, segundo o ministro.
A ausência de regulamentação nos quatro anos seguintes permitiu que bilhões de reais fossem enviados para fora do país, por meio de fintechs, criptomoedas e outras operações não fiscalizadas. Haddad estima que mais de R$ 40 bilhões saíram do Brasil nesse período.
Governo Lula pode proibir Bets no Brasil
A situação atual já preocupa diversas áreas do governo. De acordo com Haddad, o Ministério da Fazenda começou a compartilhar informações com o Banco Central e a Polícia Federal para identificar possíveis esquemas de lavagem de dinheiro. Além de envolvimento de organizações criminosas com plataformas de apostas.
O ministro também traçou um paralelo com políticas já adotadas em relação ao álcool e ao cigarro. Haddad defendeu restrições severas à publicidade das apostas, semelhantes às aplicadas ao tabaco, além de distinguir entre as apostas esportivas e os cassinos virtuais, que classificou como ‘roubalheira total’.
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Dessa forma, o governo agora se prepara para tratar o tema como questão de saúde pública. De acordo com Haddad, o Estado finalmente passou a controlar os dados e entende melhor a gravidade do quadro. A próxima etapa será definir medidas legislativas e administrativas para conter o avanço das plataformas e proteger a população.
Além dos riscos sociais, Haddad critica o argumento de que o setor gera receita. ‘Não vale trocar arrecadação por destruição social. O povo pobre perdeu R$ 30 bilhões no ano passado’, disse.
O ministro também alertou que a dependência do futebol em relação às bets é preocupante. ‘Estamos nos tornando reféns de uma indústria que explora a vulnerabilidade das pessoas.’
Para Haddad, o modelo atual favorece poucos e penaliza muitos. Ele acredita que, sem um debate sério e amplo no Congresso, o país pode continuar refém de um sistema que alimenta desigualdade, evasão fiscal e prejuízos invisíveis nas famílias brasileiras.
Fonte: ICP News
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