A Ubisoft, uma das maiores desenvolvedoras de games do mundo, enfrenta possivelmente o pior momento de sua história. Nos últimos anos, a empresa viu suas ações despencarem, projetos fracassarem e precisou adotar medidas drásticas para tentar conter sua crise.
A combinação de diversos problemas coloca a Ubisoft em uma posição delicada. Mas, o que levou a companhia a essa situação? A gigante por trás de grandes franquias como Assassin’s Creed, Far Cry e Prince of Persia será capaz de dar a volta por cima?
Ubisoft em crise
Uma das principais razões para a crise da Ubisoft é a sequência de jogos que não atingiram as expectativas comerciais da própria empresa. Títulos como Star Wars Outlaws, Skull and Bones e Avatar: Frontiers of Pandora não conquistaram o público, resultando em vendas abaixo do esperado.
Nesse sentido, mesmo Prince of Persia: The Lost Crown, que recebeu boas avaliações, não conseguiu atingir os números necessários para impulsionar a saúde financeira da empresa.
Os jogadores também demonstram insatisfação com a falta de inovação nos jogos recentes, que muitas vezes seguem uma fórmula repetitiva. Franquias consagradas como Far Cry e Assassin’s Creed já não possuem o mesmo impacto que antes, e a aposta em um modelo de “jogos AAAA” — com orçamentos ainda maiores — apenas aumentou os riscos financeiros da companhia.
Diante desses fracassos, a Ubisoft encerrou 2024 com uma dívida líquida de 1,1 bilhão de euros, o que representa um aumento significativo em relação ao ano anterior.
Como resultado, a companhia registrou uma queda de 80% em seu valor de mercado nos últimos cinco anos, encerrando 2024 com uma desvalorização de 47% em suas ações.
Demissões e fechamento de estúdios
Para tentar equilibrar suas finanças, a Ubisoft iniciou um processo de reestruturação, que incluiu demissões em massa e o fechamento de estúdios.
Recentemente, a empresa anunciou o desligamento de 185 funcionários e o fechamento definitivo da Ubisoft Leamington, no Reino Unido. Estúdios na Alemanha e Suécia também sofreram cortes significativos.
Embora necessário, os cortes de custos levantam preocupações sobre o impacto na qualidade dos próximos lançamentos. Menos funcionários e estúdios reduzidos podem significar menos polimento nos jogos futuros, aumentando o risco de novos fracassos.
Ubisoft tem salvação?
A Ubisoft precisa desesperadamente de um sucesso comercial para reverter sua situação, e muitas esperanças estão depositadas no lançamento de Assassin’s Creed Shadows, previsto para março deste ano. Se o jogo, e outros lançamentos previstos para 2025 não atingirem o sucesso comercial esperado, a empresa pode enfrentar dificuldades ainda maiores.
Além disso, a necessidade de reconstruir sua relação com os jogadores e inovar suas franquias será fundamental para garantir um futuro sustentável.
Outra alternativa seria uma fusão ou aquisição por parte de outra grande empresa do setor. Nesse sentido, fontes afirmam que família Guillemot, fundadora da Ubisoft, estaria considerando vender ativos para formar uma nova companhia em parceria com a gigante chinesa Tencent,
Nesse sentido, a Tencent já possui participação na empresa e poderia expandir seu controle caso um acordo fosse fechado. No entanto, a resistência da família Guillemot à ideia de perder o comando da Ubisoft pode dificultar as negociações. Além disso, muitos fãs questionam se a empresa continuará tendo autonomia nos desenvolvimentos das principais franquias neste cenário.
Enquanto investidores e fãs acompanham de perto a situação, a Ubisoft precisa encontrar rapidamente uma solução para evitar um colapso definitivo. Será que a gigante dos games conseguirá se reerguer ou estamos testemunhando o início de seu declínio irreversível?