O número de apostas por crianças e adolescentes tem se tornado ponto de atenção em meio ao crescimento das bets no Brasil.
O tema, que passou a ter destaque durante a regulamentação do setor no país, ganhou abordagem especial nas redes sociais com o influenciador digital Daniel Fortune.
Em iniciativa junto ao Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR), eles lançaram uma nova campanha, com o tema ‘crianças e adolescente não apostam’.
Na nova publicação, Daniel explica sobre os riscos a que o público infantojuvenil está exposto em sites clandestinos, onde a restrição aos menores de idade não se aplica.
‘O cérebro das crianças ainda está em desenvolvimento, por isso elas podem tomar decisões precipitadas e correm um risco muito maior de ficarem dependentes do jogo’, destaca.
A nova produção é parte da campanha ‘Chega de Bode na Sala’, lançada pelo IBJR, com a veiculação de peças publicitárias em busca de alertar sobre os perigos de apostar em bets clandestinas.
Anteriormente, a campanha fez um paralelo entre sites ilegais e um ‘bode na sala’, para representar o incômodo causado pelas plataformas ilegais.
Em entrevista, Daniel Fortune também detalhou sobre os caminhos para combater as bets ilegais e abordou possíveis medidas efetivas em torno do assunto.
‘A proteção de crianças e adolescentes não pode depender apenas da regulamentação estatal. Trata-se de uma responsabilidade compartilhada entre governo, operadores, influenciadores, e principalmente, famílias.’, afirmou o influenciador, que busca educar e conscientizar o jogador com os seus conteúdos.
Crianças e adolescentes não podem acessar bets
A regulamentação da Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) proíbe a realização de apostas por menores de idade.
Ela também exige a implementação de sistemas de verificação de identidade pelas casas. Além de também vetar publicidade de bets endereçadas a crianças e adolescentes ou publicidade realizada por menores de idade.
Leia também o guia de Cointelegraph sobre casas de apostas legalizadas no Brasil.
Dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública, apontaram que adolescentes de 14 a 17 anos que acessam bets clandestinas representam o grupo mais vulnerável a desenvolver algum risco ou transtorno relacionado ao vício, com 55% deles sujeitos a essa situação.
Principal desafio do setor
Cointelegraph Jogos – Qual o principal desafio para evitar, de fato, o acesso de crianças e adolescentes a casas de apostas?
Daniel Fortune – Apesar dos avanços na regulamentação, o mercado ainda enfrenta um obstáculo significativo: a presença de sites clandestinos.
Essas plataformas atuam fora do alcance da fiscalização e não oferecem qualquer tipo de controle sobre quem aposta.
Jogadores — inclusive menores — podem acessar livremente os serviços, sem limite de tempo, sem restrição de valores depositados e sem suporte psicológico.
O resultado é preocupante: jovens expostos a perdas financeiras, desenvolvimento de vícios, ansiedade e até queda no desempenho escolar.
O que o mercado regulamentado faz para barrar apostas de crianças e adolescentes?
As operadoras regulamentadas pelo governo federal são obrigadas a adotar medidas preventivas para mitigar esses riscos.
Tecnologias como verificação biométrica e bloqueio automático de contas suspeitas.
Além disso, campanhas educativas sobre jogo responsável são exemplos de boas práticas implementadas pelo setor autorizado.
Plataforma regulamentada e clandestina
Como identificar uma plataforma regulamentada e uma clandestina?
Para certificar-se de que a casa de apostas é regulamentada pelo governo federal, um passo fundamental é verificar se a url do site termina com `.bet.br`, formato estabelecido para as plataformas autorizadas a operar no país.
As bets regulamentadas fornecem diversos serviços e mecanismos de segurança ao apostador.
Entre eles a exigência da realização de um cadastro na plataforma e a implementação de reconhecimento facial e verificação de documentos para o jogador poder ingressar no ambiente online.
Também há serviços de atendimento em língua portuguesa para resolver as dúvidas e solicitações dos jogadores nas bets legalizadas.
Além da possibilidade da definição de travas de segurança, como a autoexclusão temporária ou definitiva.
Por fim, as opções de meios de pagamento disponíveis também podem ser indicativos.
Isso porque as plataformas regulamentadas não aceitam formas de pagamento como cartões de crédito ou quaisquer outros instrumentos pós-pagos, tendo em vista o desestímulo ao endividamento.
Público das bets
Quais iniciativas você, como influenciador, faz hoje para conscientizar o público e proteger os menores?
A primeira delas é a educação, visando conscientizar os adultos a todo momento sobre os riscos das apostas, que devem ser realizadas somente por maiores de idade e de forma responsável.
A segunda é o bloqueio dos nossos perfis nas redes sociais para menores de idade.
Além disso, sempre seguimos os alertas de jogo responsável determinados pelo CONAR e SPA.
Voltamos também a educar o público sobre como descobrir se determinada casa de apostas é clandestina e oferecerá riscos a ele.
Quais os caminhos para erradicar, de uma vez por todas, as apostas do público infantojuvenil?
A proteção de crianças e adolescentes não pode depender apenas da regulamentação estatal.
Trata-se de uma responsabilidade compartilhada entre governo, operadores, influenciadores, e principalmente, famílias.
O diálogo aberto com os jovens, o uso de controles parentais e a denúncia de sites clandestinos através do canal oficial da SPA, o Fale.br, são ações concretas que contribuem para enfrentar esse desafio.
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