O Brasil vive um verdadeiro boom de casas de apostas. Dados recentes do Banco Central apontam que os brasileiros movimentam entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões por mês em plataformas de bets.
A informação foi confirmada pelo presidente do BC, Gabriel Galípolo, e pelo secretário-executivo Rogério Lucca, durante audiência na CPI das Apostas Esportivas no Senado.
Esse número representa um salto expressivo em comparação à última análise da instituição, divulgada em setembro de 2023.
Na ocasião, o gasto médio mensal ficava entre R$ 18 bilhões e R$ 21 bilhões. Segundo Lucca, os valores atuais já passaram por ratificação técnica e refletem um aumento significativo no volume de transferências brutas para sites de apostas.
Além do crescimento financeiro, o perfil dos apostadores também preocupa.
Levantamento do Instituto DataSenado, de outubro de 2024, mostra que 13% da população pratica apostas online, com a maioria gastando até R$ 500 por mês.
Ainda mais alarmante é o fato de que 58% dos entrevistados admitiram apostar mesmo com dívidas acima de 90 dias em atraso.
O debate ganhou força com a constatação de que beneficiários de programas sociais, como o Bolsa Família e o BPC, também participam desse mercado.
O Banco Central, no entanto, afirmou que não tem poder legal para impedir o uso desses recursos nas bets. ‘Obedecemos ao que está na lei. A segregação dos valores só pode acontecer com respaldo legislativo’, explicou Galípolo.
Bets e casas de apostas
Além disso, o presidente do BC destacou que os dados do PIX estão protegidos por sigilo bancário.
Por isso, o órgão não pode rastrear transferências individuais para identificar apostadores.
Galípolo reforçou que o BC não tem competência legal para fiscalizar empresas não autorizadas que operam com apostas de quota fixa.
Enquanto o governo busca soluções, as bets seguem dominando o cenário esportivo nacional. Todas as equipes da Série A do Brasileirão contam com patrocínio de empresas do setor.
Flamengo e Corinthians lideram a lista com contratos milionários. O clube carioca firmou acordo de R$ 470 milhões com a PixBet. Enquanto isso, o time paulista garantiu R$ 309 milhões com a Esportes da Sorte.
Além dos clubes, as bets que permitem apostar em futebol também marcam presença em naming rights.
Marcas de empresas do setor estão em competições como a Copa do Brasil, a Série A e agora a Série B. Sendo assim, esses contratos que fortalecem sua influência no esporte nacional.
Com a aprovação da Lei 14.790, sancionada em dezembro de 2023, o governo passou a tributar essas operações.
As empresas devem repassar 12% da arrecadação, com parte destinada à Seguridade Social, saúde, educação e esporte.
Já os apostadores pagam 15% de imposto de renda sobre prêmios, criando um novo fluxo de receita para os cofres públicos.
Apesar da arrecadação promissora o desafio persiste. O governo federal tenta encontrar o equilíbrio entre regulação, proteção ao consumidor e combate ao uso indevido de benefícios sociais em atividades de risco.
A explosão das bets no Brasil evidencia um fenômeno complexo, que exige mais do que leis — demanda ações coordenadas e fiscalização eficaz.
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