Uma avalanche de mensagens de bets ilegais com promessas de dinheiro fácil está invadindo grupos de WhatsApp e Telegram em todo o Brasil.
Esquemas de apostas ilegais, que imitam caça-níqueis como o popular ‘Jogo do Tigrinho’, têm alcançado milhões de brasileiros.
Mesmo fora da lei, essas plataformas continuam rendendo lucros até para gigantes da tecnologia, como a Meta.
Segundo levantamento da agência Lupa, entre 17 de abril e 17 de julho de 2025, mais de 42 milhões de usuários únicos foram expostos a cerca de 383 mil mensagens com conteúdo fraudulento.
Os dados são da Palver, empresa que monitora mais de 100 mil grupos públicos nas duas plataformas de mensagens.
Meta lucra com anúncios ilegais
A regulamentação dos sites de apostas está em vigor desde janeiro de 2025.
Porém, a Meta, dona de Facebook, Instagram e WhatsApp, ainda permite a veiculação de anúncios impulsionados por perfis falsos que promovem plataformas não licenciadas.
Entenda mais sobre Casas de Apostas Legalizadas no Brasil.
Só para ilustrar, a Lupa identificou mais de 3 mil posts ativos e patrocinados com esse tipo de conteúdo.
As publicações prometem ‘ganhos imediatos’ e ‘bônus de boas-vindas’. Além disso, facilitam o acesso a sites de apostas que não constam na lista de operadoras autorizadas pela SPA.
Apesar das regras publicitárias da própria Meta proibirem a promoção de jogos ilegais ou golpes, a empresa continua lucrando com anúncios desse tipo.
Quando questionada, a companhia alegou que apenas operadores licenciados podem anunciar e prometeu reforçar os mecanismos de detecção.
Porém, até o final de julho, muitos dos anúncios fraudulentos seguiam ativos.
Estratégias das bets ilegais para driblar a fiscalização
De acordo com a Palver, os golpistas usam táticas coordenadas para evitar o rastreamento.
As mensagens são replicadas em massa, com conteúdos idênticos em diferentes grupos.
Basicamente, quando um link é derrubado, logo outro entra no ar. Assim, vira um verdadeiro jogo de gato e rato com as autoridades.
Esse comportamento foi destacado no relatório final da CPI das Bets no Senado, concluído em junho.
Embora o documento recomendasse a criminalização da exploração ilegal de apostas, o texto acabou rejeitado pelos parlamentares.
O Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR) estima que entre 41% e 51% do mercado de apostas online no Brasil ainda opera à margem da lei.
Uma pesquisa da LCA Consultores indica que 3 em cada 4 apostadores brasileiros utilizaram plataformas ilegais em 2025.
A situação levanta alertas sociais. Dados do DataSenado revelam que 58% dos usuários que apostaram em 2024 estão endividados.
Além disso, 34% dos jovens afirmam ter adiado a graduação em 2025 devido a perdas financeiras com apostas, segundo a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior.
Promessas de saque fácil e prejuízo real
Os esquemas seguem um padrão: o usuário se cadastra apenas com nome e telefone, faz um depósito mínimo via Pix — geralmente R$ 10 — e acessa jogos com aparência de caça-níquel.
Porém, os pagamentos são direcionados a empresas intermediárias, como a Nexus Gaming e a Voluti, que negam relação direta com os sites.
No site Reclame Aqui, são centenas de relatos de pessoas que fizeram depósitos, obtiveram supostos prêmios e não conseguiram sacar.
A ausência de exigência de dados como CPF ou data de nascimento também favorece o acesso de menores de idade.
Falta de controle preocupa especialistas
Fernando Vieira, presidente do IBJR, afirma que a atuação das plataformas ilegais amplia os riscos ao consumidor e reduz a arrecadação do Estado.
Segundo ele, o mercado ilegal ‘potencializa os danos do jogo’ e facilita crimes como fraude e lavagem de dinheiro.
A estimativa é que as bets ilegais causem um rombo anual de R$ 10,8 bilhões em perdas tributárias.
O risco é que a alta carga tributária e a fiscalização insuficiente empurrem até operadoras legalizadas para a informalidade, alerta Vieira.
Para ele, sem medidas eficazes, o país corre o risco de ver o mercado regulado minguar.
Governo tenta reagir, mas esbarra em limitações
A Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda afirma que já solicitou o bloqueio de mais de 15 mil domínios ilegais desde janeiro.
Contudo, reconhece que o processo é complexo, já que os sites ilegais mudam de domínio rapidamente, dificultando a fiscalização.
O governo também firmou acordos com a Polícia Federal, o Conselho Digital do Brasil e a Secretaria Nacional do Consumidor para intensificar as ações.
A Medida Provisória 1.303/2025, atualmente em vigor, prevê punições para instituições financeiras e empresas de pagamento que não colaborem com o combate à ilegalidade.
Como identificar uma plataforma legal?
Sites autorizados a operar no Brasil devem conter a terminação ‘.bet.br’ e exigir verificação de identidade, incluindo reconhecimento facial.
Além disso, os operadores legais precisam garantir o saque em até duas horas e adotar medidas contra o acesso de menores de idade.
O presidente do IBJR reforça que a única forma de proteger o apostador, arrecadar tributos e gerar benefícios socioeconômicos com as bets é por meio da regulamentação.
Em suma, o mercado legal precisa de ambiente justo e sustentável para prosperar.
Riscos das bets ilegais
Apostar em bets ilegais não é apenas um risco financeiro, é também um risco à segurança de dados, à integridade do jogo e até à própria saúde emocional do apostador.
Afinal, as plataformas não regulamentadas operam sem qualquer tipo de controle, fiscalização ou garantia de pagamento.
Na prática, o apostador fica completamente desprotegido e pode ser vítima de golpes, lavagem de dinheiro e manipulação de resultados.
Além disso, a ausência de limites de depósito, verificação de identidade e suporte ao cliente contribui para o agravamento do vício em apostas, endividamento e prejuízos psicológicos.
Diante desse cenário, a melhor forma de apostar com responsabilidade e segurança é recorrer a operadoras devidamente licenciadas pela Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda.
A Bet365 é um exemplo de plataforma confiável, legalizada e com reputação internacional.
A empresa segue todas as normas exigidas pelo governo brasileiro, tais como:
- Verificação de identidade
- Ferramentas de controle de jogo responsável
- Pagamentos rápidos
- Odds justas
- Atendimento em português
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Aviso Legal: Em conformidade com a Portaria Normativa SPA/MF nº 615/2024, o uso de criptomoedas para apostas online está proibido em território brasileiro. Embora essa prática ainda seja permitida em outros países, este artigo passou a divulgar exclusivamente sites licenciados no Brasil. Recomendamos que, se estiver no Brasil, utilize apenas métodos de pagamento autorizados e acesse plataformas devidamente reguladas pelas autoridades nacionais.