Um estudo da NielsenIQ aponta que 12% das famílias brasileiras estão recorrendo a apostas como alternativa para aumentar a renda, superando preocupações com saúde e educação.
O pagamento de dívidas aparece como prioridade para 34% dos lares, evidenciando um cenário de desespero econômico.
Entre as principais estratégias para gerar renda extra, aumento das horas de trabalho (13,1%) e apostas (12,4%) lideram as escolhas, conforme levantamento realizado com 8.240 famílias em agosto de 2024. Além disso, 23% dos lares brasileiros estão moderadamente endividados, com dívidas de até R$ 700 por mês.
A pesquisa indica que a Mega Sena continua sendo a modalidade mais popular, escolhida por 34% dos apostadores. No entanto, entre os mais endividados, o destaque vai para o Tigrinho (20%), seguido por rifas (14%) e o tradicional Jogo do Bicho, ainda popular entre aqueles com endividamento moderado. Esses dados sugerem diferentes perfis de risco entre os jogadores.
A inflação tem levado as famílias a reformularem suas estratégias financeiras:
- 65% das famílias priorizam o dinheiro disponível no momento da compra em vez de seguir uma lista planejada.
- 60% mudam de marca ao perceberem aumento de preços.
- Promoções e canais alternativos de compra se tornaram estratégias de sobrevivência.
Bets e jogo do tigrinho: inflação faz aumentar apostas
Especialistas associam o boom das apostas à necessidade de liquidez imediata. “As dívidas não esperam, e os jogos vendem a ilusão de resolver problemas rapidamente”, explica um economista. O Tigrinho, por exemplo, utiliza uma interface lúdica para atrair usuários.
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O risco de dependência preocupa: clínicas relatam um aumento de casos relacionados a perdas financeiras. “Muitos chegam com dívidas equivalentes a meses de salário”, alerta um terapeuta. Apesar das cobranças por regulamentação, os avanços nesse sentido ainda são lentos.
A educação financeira poderia ser uma alternativa, mas apenas 8% das famílias buscam orientação profissional. “Apostar virou um remédio pior que a doença”, alerta um consultor. Campanhas online tentam combater o otimismo irreal sobre ganhos fáceis, mas o impacto ainda é incerto.
Enquanto isso, o mercado de apostas cresce 20% ao ano, impulsionado por anúncios em redes sociais e ofertas de bônus tentadores. “É fácil entrar, difícil sair”, desabafa um jovem que perdeu R$ 2 mil em uma semana.
Um relatório do Estadão reforça que as apostas online têm se tornado uma válvula de escape perigosa em tempos de crise. Para milhões de brasileiros, o Tigrinho simboliza uma esperança frágil – e uma armadilha difícil de escapar.