As casas de apostas ilegais no Brasil encontraram uma forma sofisticada de continuar operando, mesmo após sucessivas operações de derrubada de sites.
A Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA), identificou que essas empresas estão utilizando instituições de pagamento (IPs) fora da alçada direta do Banco Central.
Desse modo, elas conseguem movimentar recursos e manter seus serviços ativos.
O esquema explora a brecha de que apenas IPs com movimentação acima de R$ 500 milhões em 12 meses, ou que mantenham mais de R$ 50 milhões em contas pré-pagas, precisam de autorização formal do Banco Central.
Dessa forma, as menores, por operarem abaixo desse limite, ficam fora do radar regulatório. Ou seja, tornam-se ferramentas para escoar dinheiro das plataformas não autorizadas.
O secretário de Prêmios e Apostas, Regis Dudena, afirmou que a equipe já rastreia a prática e que ela pode comprometer o futuro das instituições.
‘Essas instituições já percebem que, ao atuarem de forma ilegal, o governo considerará esse histórico quando elas solicitarem autorização para operar plenamente no Banco Central. Já notificamos e, em casos reincidentes, os relatórios vão também para a Polícia Federal’, afirmou.
Casas de apostas ilegais
A declaração reforça que a SPA não apenas regula o setor de bets e casas de apostas de quota fixa, mas também atua contra tentativas de driblar o sistema.
Em apenas seis meses de mercado regulado, a SPA, em parceria com a Anatel, retirou do ar 15.463 sites ilegais.
Entenda mais sobre as casas de apostas legalizadas no Brasil aqui
Além disso, a Secretaria determinou o encerramento de 255 contas de apostadores e 45 de empresas ligadas a atividades irregulares.
Apesar do combate, o setor legalizado apresenta números expressivos.
Hoje, 78 empresas operam autorizadas, reunindo 17,7 milhões de brasileiros cadastrados em 182 plataformas.
No primeiro semestre de 2025, as empresas legalizadas movimentaram R$ 17,4 bilhões em receita bruta.
Assim, com arrecadação tributária de R$ 3,8 bilhões e outros R$ 2,2 bilhões em outorgas.
Os números mostram um mercado em rápida expansão, mas também revelam a necessidade de apertar o cerco contra práticas ilegais.
‘O que estamos fazendo é mostrar para essas instituições que a Secretaria de Prêmios e Apostas também é regulador.
Não adianta achar que só terão de responder ao Banco Central. Se forem identificadas financiando atividades ilegais, isso vai constar no histórico delas’ completou Dudena.
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Aviso Legal: Em conformidade com a Portaria Normativa SPA/MF nº 615/2024, o uso de criptomoedas para apostas online está proibido em território brasileiro. Embora essa prática ainda seja permitida em outros países, este artigo passou a divulgar exclusivamente sites licenciados no Brasil. Recomendamos que, se estiver no Brasil, utilize apenas métodos de pagamento autorizados e acesse plataformas devidamente reguladas pelas autoridades nacionais.