Um jovem de 22 anos forjou o próprio sequestro para tentar extorquir os pais e quitar dívidas acumuladas com apostas esportivas.
O caso inusitado chocou moradores de Santo André (SP) nesta semana e mobilizou a família e a polícia.
Por fim, tudo acabou após a confissão do rapaz e o registro de um boletim de ocorrência por estelionato.
A farsa que começou com mensagens e áudios
A mãe do apostador de esports procurou a polícia no dia 8 de outubro, após o filho não retornar do trabalho.
Horas depois, passou a receber mensagens e áudios dramáticos em que ele dizia estar sendo agredido e exigia um resgate de R$ 2 mil pelo suposto sequestro do jovem.
Para tornar a história mais convincente, ele chegou a usar o celular de um amigo e enviou a localização falsa, simulando que estava em cativeiro.
Em certo momento, chegou a reclamar da ‘demora’ dos pais e da transferência inicial de apenas R$ 50,00, cobrando o valor completo.
A encenação seguiu um padrão comum em golpes de extorsão emocional, com falas sobre violência, pedidos urgentes de transferência e supostos prazos dados pelos ‘sequestradores’.
O papel da polícia e o desfecho do caso
Com o apoio da delegacia antissequestro do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (DOPE), os investigadores cruzaram dados das mensagens e rastros digitais até chegar ao local onde o jovem estava.
Ao ser encontrado, ele estava sem camisa, descalço e com um ferimento na perna, o que reforçou, a princípio, a suspeita de crime real.
No entanto, as contradições nos relatos despertaram desconfiança. Ao ser confrontado com o histórico de mensagens, o jovem acabou confessando o golpe.
Ele disse ainda que havia caminhado até São Bernardo do Campo para dar verossimilhança à história.
Além disso, ele revelou que precisava do dinheiro para pagar dívidas acumuladas com apostas.
O ferimento, segundo ele, era de uma queda de moto anterior ao episódio. Por fim, o caso foi registrado como estelionato, e as investigações continuam.
Dívidas de apostas e extorsão familiar
Segundo especialistas, o caso expõe um padrão cada vez mais comum, onde jovens endividados em jogos online recorrem a medidas desesperadas, incluindo golpes contra familiares.
As estratégias geralmente envolvem áudios falsos, simulação de agressões e cobranças por transferência imediata. Eles exploram o medo e o desespero dos parentes.
A orientação das autoridades é que, diante de mensagens suspeitas, as famílias devem evitar transferências imediatas.
Além disso, devem tentar confirmar o paradeiro da vítima por outros meios e acionar a polícia antes de qualquer pagamento.
Ademais, guardar prints, horários e números de telefone também ajuda a rastrear a origem do golpe.
Consequências legais e prevenção
Mesmo sem o sequestro real, simular um crime para obter dinheiro é uma prática tipificada como estelionato e pode gerar penas de até cinco anos de prisão, além de indenizações civis.
O caso também reforça a necessidade de educação financeira e conscientização sobre apostas online, especialmente entre jovens.
Campanhas em escolas, comunidades e redes sociais podem ajudar a reduzir esse tipo de golpe e incentivar conversas mais abertas sobre vícios em jogos e endividamento.
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