Bets e casas de apostas sem licença oficial e que funcionam apenas com liminares judiciais seguem ampliando espaço no mercado brasileiro.
Mesmo sem autorização definitiva do Ministério da Fazenda, essas plataformas já movimentaram quase R$ 500 milhões em 2025, segundo estimativas do Aposta Legal.
De acordo com dados do portal Aposta Letal, ZeroumBet, Vai de Bet e ObaBet, alcançaram juntas R$ 488 milhões em ganhos até agosto.
Os números foram registrados mesmo em meio a investigações de lavagem de dinheiro e disputas judiciais para manter as operações ativas.
A realidade mostra o tamanho da brecha aberta por decisões provisórias.
De acordo com estimativas baseadas em acessos e receita média por usuário, a ZeroumBet, ligada no passado ao nome da influenciadora Deolane Bezerra, registrou 72,2 milhões de acessos e faturou R$ 106,8 milhões.
O site foi alvo da Operação Integration, em setembro de 2024, quando Deolane e sua mãe foram presas sob acusação de jogos ilegais. À época, houve bloqueio de R$ 2,1 bilhões em bens.
Já a Vai de Bet aparece na liderança do grupo.
A marca, vinculada a patrocínios de grande visibilidade, como o do cantor Gustavo Lima e o do Corinthians em sua gestão anterior.
No total, ela acumulou 226,2 milhões de acessos e ganhos de R$ 334,7 milhões.
O nome também esteve no centro da crise do clube paulista, com dirigentes investigados por associação criminosa e indícios de ligação com o PCC.
Em julho de 2025, o então presidente Augusto Melo virou réu.
Bets sem licença continuam lucrando
A ObaBet, hoje parte da mesma operadora que administra a Vai de Bet, somou 31,3 milhões de acessos e ganhos de R$ 46,4 milhões.
Mesmo menor em volume, a plataforma consolidou presença entre as casas que funcionam por decisões na justiça.
Leia também o guia de Cointelegraph sobre casas de apostas legalizadas no Brasil.
Essas operadoras não contam com licença federal.
Na prática, isso significa que atuam apenas por autorização judicial.
Ou seja, em regime provisório, conforme lista divulgada pela Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda.
O contraste é grande quando comparado a empresas como Betano e Bet365.
Elas possuem autorização oficial e seguem regras de prevenção à lavagem de dinheiro e promoção do jogo responsável.
Além das três citadas, outras plataformas operam no mesmo modelo, como BetPix365, Energia, Sportvip, Zona de Jogo, Aposta Online e Onlybets.
Todas aguardam definição sobre a regulação definitiva.
No caso da ZeroumBet, a instabilidade é ainda maior.
Depois da prisão de sua antiga embaixadora, a empresa enfrentou ordem da Anatel para sair do ar por falta de autorização.
Desse modo, em 2025, a suposta venda por R$ 30 milhões também virou alvo da CPI.
Já a Vai de Bet segue com altos ganhos, mas carrega a mancha das denúncias que abalaram o Corinthians.
A ObaBet, vinculada ao mesmo grupo, também se beneficia da lacuna legal.
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