A Steam enfrenta um novo período de dúvidas, depois de o PayPal ter interrompido os pagamentos para a plataforma em várias regiões.
A decisão foi anunciada recentemente e surge na sequência de protestos contra títulos com conteúdo adulto explícito na loja digital.
Apesar desta suspensão abranger diversas moedas, os pagamentos em euros continuam a funcionar sem qualquer alteração.
Assim, os utilizadores de Portugal e de grande parte da Europa não são, por agora, afetados.
Motivos para esta suspensão de pagamentos
Em julho de 2025, o PayPal informou a Valve de que o seu parceiro bancário deixaria de autorizar transações relacionadas com a Steam em moedas que não constassem da lista aprovada.
Esta restrição afeta compras realizadas em dinheiro, com moedas como o real, o rublo ou a coroa sueca.
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Pelo contrário, entre as moedas autorizadas destaca-se o euro, o dólar americano, a libra esterlina e o iene.
Esta decisão vem no seguimento de uma campanha iniciada pelo grupo Collective Shout, sedeado na Austrália.
Este grupo inclui várias organizações que se opõem à pornografia.
O Collective Shout tem vindo a acusar certos videojogos de divulgarem conteúdos sexualmente explícitos, promovendo temas como violência sexual, abuso infantil e incesto.
Embora as ações deste coletivo tenham começado em 2009, esta decisão do PayPal constitui a sua vitória mais significativa.
Desde a sua fundação, o grupo procura pressionar retalhistas físicos e digitais a cortarem relações comerciais com produtos que consideram ofensivos.
Desta feita, o PayPal acabou por ceder e por suspender os pagamentos, numa decisão que afeta milhares de utilizadores da Steam.
Qual o impacto para a Steam e para os utilizadores
Entretanto, a Steam emitiu um comunicado a informar que está a trabalhar em conjunto com o PayPal para retomar as operações nos países afetados.
Mas, até ao momento não foi avançada qualquer previsão sobre uma possível data para a resolução.
Os jogadores que precisam de realizar pagamentos com outras que não se encontram na lista de divisas autorizadas, por enquanto precisam de recorrer a outras soluções.
Os métodos alternativas de pagamento incluem:
- cartões de crédito e de débito;
- códigos da Steam Wallet;
- outros serviços de pagamento locais ou carteiras digitais.
Até ao momento, em Portugal, não se registaram falhas nas transações em euros.
Assim, os jogadores portugueses mantêm acesso total à loja, sem precisarem de recorrer a soluções alternativas.
Reação da Comunidade e Perspetivas Futuras
Diversos estúdios independentes mostram receio de ver os seus títulos classificados para maiores de 18 banidos ou sujeitos a restrições de pagamento.
Acima de tudo, aumento o grau de incerteza sobre o que é ‘conteúdo aceitável’.
Para piorar a situação, as novas diretrizes da Steam são vistas como sendo vagas, pelo que não contribuem para esclarecer a situação.
As novas regras da Steam passaram a referir que é necessário compatibilizar o catálogo de jogos com os requisitos dos processadores de pagamento.
Esta indicação claramente não é suficiente para tranquilizar os programadores.
Este acontecimento, acaba por obrigar a Steam a recuar relativamente à política mais permissiva que tinha adotado em 2018.
Recorde-se que foi nesse momento que passou a permitir a venda de jogos de adulto devidamente assinalados.
Por sua vez, os principais processadores de pagamentos estão cada vez mais cientes da pressão social e regulatória.
Este aspeto pode influenciar decisões comerciais, que vão além dos critérios de legalidade. Especialmente devido pressão de grupos como o Collective Shout.
Para a comunidade, a verdadeira discussão reside na relação entre liberdade criativa e responsabilidade financeira.
A Valve garantiu que não pretende impor censura ideológica e que está apenas a tentar cumprir normas bancárias, por forma a assegurar a continuidade dos serviços.
Contudo, permanece em aberto a questão de até que ponto este modelo de ‘moderação financeira’ poderá vir a determinar o futuro da distribuição de videojogos.
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