A Itália está prestes a flexibilizar sua política sobre o patrocínio de bets no esporte. Isso porque, nesta segunda-feira (21 de julho), o ministro do Esporte, Andrea Abodi, apresentou um novo Decreto Esportivo.
Em suma, o decreto pode reverter, ainda que parcialmente, a proibição de patrocínios de empresas de apostas, as chamadas bets, em eventos e clubes esportivos. Aliás, esta é uma restrição em vigor desde 2018.
A proposta conta com apoio do Conselho de Ministros e faz parte de um plano maior para impulsionar o esporte nacional antes dos Jogos Olímpicos de Inverno, agendados para fevereiro de 2026.
O novo decreto modifica pontos-chave do Decreto Dignidade, legislação que há sete anos impede qualquer patrocínio de bets no esporte italiano.
Para o ministro Abodi, o foco é econômico, mas a proposta também leva em conta a responsabilidade social diante do vício em jogos.
O desafio de limitar o vício em apostas é sério. Acredito que uma solução responsável pode equilibrar a lógica econômica com a consciência social, afirmou o ministro.
Além de liberar parte dos patrocínios, o texto estabelece uma taxa de 1% sobre a receita desses contratos com as plataformas de jogos. Assim, o dinheiro será usado para reformar estádios, fomentar o esporte feminino e de base, além de bancar programas de jogo responsável.
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Patrocínio de bets pode injetar € 150 milhões no futebol italiano
De acordo com analistas do setor, a revogação da proibição pode representar um alívio financeiro para os clubes. Só a primeira divisão do futebol italiano teria um impacto positivo estimado em 150 milhões de euros por ano.
Nos próximos meses, clubes, federações e emissoras vão participar de consultas públicas para definir os ajustes finais do novo marco regulatório.
Entre as mudanças previstas, está a redução do número de operadores de apostas online licenciados na Itália, de 81 para 46.
Apesar da abertura, ainda não se sabe se o novo decreto incluirá a liberação de anúncios de apostas na TV e na internet. Também falta clareza sobre os mecanismos de fiscalização das futuras regras.
Essa decisão coloca a Itália na contramão de outros países europeus, como, por exemplo, Espanha, Bélgica e Países Baixos, que restringiram ou proibiram completamente os contratos com bets.
Na Holanda, por exemplo, a proibição entrou em vigor no início de julho, com ampla adesão por parte de clubes e operadores.
Na Bélgica, por outro lado, alguns clubes têm buscado brechas jurídicas para manter acordos comerciais com plataformas de apostas, o que gerou reações negativas entre os reguladores.
A realidade financeira do patrocínio de bets no futebol
Com cifras milionárias, o patrocínio de bets se tornou uma fonte essencial de receita para o futebol mundial, inclusive no Brasil.
Em um cenário de alta concorrência, dívidas e queda de receitas tradicionais, poucas equipes podem se dar ao luxo de recusar esse tipo de contrato.
No Brasil, a presença das casas de apostas é praticamente unânime. Um levantamento recente mostra que a grande maioria dos clubes das séries A e B mantém parceria com plataformas de apostas esportivas.
O motivo é simples: os valores oferecidos por esses contratos costumam superar (e muito) os de patrocinadores convencionais.
Além disso, os acordos incluem campanhas de marketing digital, ativações em redes sociais e conteúdos exclusivos, ampliando o alcance das marcas envolvidas e a conexão com os torcedores.
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Stake e Juventude: exemplo de patrocínio de bets no futebol brasileiro
Um exemplo claro dessa tendência é a Stake, uma das maiores plataformas de apostas do mundo. A empresa patrocina o Juventude, clube da Série A do Campeonato Brasileiro em 2025, com exposição da marca no uniforme oficial.
O acordo é visto como estratégico, pois assim o clube ganha fôlego financeiro para a temporada, enquanto a Stake reforça sua presença no mercado brasileiro, um dos que mais crescem em volume de apostas online.
A parceria faz parte da estratégia global da Stake, que já investe em atletas, influenciadores e clubes em várias partes do mundo.
No Brasil, a marca aposta em ações regionais e marketing de proximidade como forma de se aproximar da base de torcedores.
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