O avanço das apostas esportivas online e dos jogos de azar online no Brasil tem movimentado bilhões de reais mensalmente e se tornado uma das principais tendências de endividamento no país.
No entanto, esse crescimento acelerado vem acompanhado de um alerta: o aumento expressivo da inadimplência entre os apostadores.
De acordo com levantamento do Serasa em parceria com o instituto Opinion Box, o número de brasileiros que afirmam ter apostado para tentar quitar dívidas já chega a 44%.
Entre os inadimplentes, 46% dizem ter feito ao menos uma aposta, e 57% relatam que estavam com o nome limpo antes de começarem a apostar.
Desse modo, os gastos com bets já alcançam a marca de R$ 30 bilhões por mês no Brasil.
Assim, refletindo não apenas uma tendência de consumo, mas também um novo fator de pressão sobre o orçamento das famílias.
Além disso, esse cenário liga um sinal de alerta para as fintechs e especialistas em finanças pessoais.
‘Estamos diante de um comportamento de risco que, muitas vezes, é alimentado por falsas promessas de retorno rápido e fácil. O problema é que, em vez de aliviar a situação financeira, as apostas tendem a agravar o ciclo de endividamento e desorganização das contas’, afirma Thiago Oliveira, CEO da Monest.
Apostas online no Brasil e endividamento
Para Oliveira, o principal risco das apostas online está na sua facilidade de acesso após a regulamentação pelo governo Lula.
As plataformas operam 24 horas por dia, com apelo visual forte, gamificação e incentivos para o retorno do usuário. Quando isso se soma à fragilidade financeira de boa parte da população — que já convive com orçamento apertado e baixo nível de educação financeira —, o resultado é preocupante.
Os impactos vão além do indivíduo. De acordo com o executivo, a inadimplência crescente relacionada ao universo das apostas pode provocar efeitos sistêmicos.
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Dessa forma, ele aponta a redução do consumo, aumento do crédito rotativo e desaceleração da economia.
As pessoas gastam mais com apostas e menos com bens e serviços essenciais. Isso afeta o comércio, pressiona a inadimplência, eleva a taxa de juros e contribui para um ambiente de instabilidade financeira mais amplo.
Para Thiago Oliveira, CEO da Monest, o momento exige uma abordagem mais estratégica e educativa sobre finanças pessoais.
Recuperar o controle financeiro começa por entender a origem das dívidas e reorganizar prioridades. Muitos consumidores acabam se perdendo em promessas de ganhos rápidos — como as apostas — por falta de informação ou planejamento.
Nesse contexto apresentado por uma pesquisa do Serasa, Oliveira acredita que as fintechs têm um papel decisivo na construção de uma nova cultura financeira.
Estamos falando de uma geração conectada, que prefere resolver tudo pelo celular e espera interações rápidas, transparentes e personalizadas. As fintechs, ao unirem tecnologia, dados e empatia, conseguem entregar soluções mais acessíveis e educativas para quem precisa reorganizar a vida financeira, sem julgamentos e com foco no resultado.
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