Depois de um relatório apontar que mais da metade dos beneficiários do Bolsa-Família apostavam em Bets, o governo federal apresentou novos dados.
De acordo com o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, apenas 3,4% dos participantes do programa destinam parte do recurso para jogos online.
Antes disso, uma pesquisa do Banco Central (BC) revelou que mais de 50% dos beneficiários estavam apostando em plataformas Bets.
No entanto, Wellington Dias explicou que esse número é bem menor entre quem recebe o Bolsa-Família.
Assim, ele explicou no programa Bom Dia, Ministro, que precisou pesquisar sobre o envolvimento de beneficiários do programa em apostas online.
Ele concluiu que o número real é quase dez vezes menor que o apresentado pela pesquisa do BC.
‘Quando saiu o relatório do Banco Central, eu imediatamente procurei a direção, as pessoas que fizeram a pesquisa. Fizemos um cruzamento de dados. O Brasil vive um problema dramático, eu chamo a atenção. Nós estamos falando de aproximadamente 52% da população que joga. E quando a gente olha o público do Bolsa Família que utilizou o cartão, utilizou ali os recursos, 3,4%. Então tem aqui uma distância muito grande.’
Bolsa-Família para apostas esportivas
O volume expressivo de usuários do Bolsa-Família envolvidos com apostas esportivas preocupou o ministro.
Dessa forma, ele decidiu pedir uma investigação sobre o caso.
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Como o volume apostado pelos beneficiários não condiz com as informações recolhidas por ele, Wellington Dias levantou suspeitas sobre o uso do CPF de terceiros em plataformas bets.
‘Quando o Banco Central divulgou o volume que ele encontrou, eu suspeitei, porque não batia com os dados cruzados com o nosso sistema de monitoramento do Bolsa Família. E ali pedi uma investigação à Polícia Federal. Se tem um volume de dinheiro que não bate com os que estão usando o cartão do Bolsa Família, então tem alguém que pode estar usando o CPF, e isso está em andamento.’
Lavagem de dinheiro em Bets
A suspeita do ministro envolve o uso de CPFs de beneficiários do Bolsa-Família para jogos online.
Segundo Wellington Dias, em alguns casos isso acontece sem que o usuário saiba da movimentação suspeita.
Portanto, ele acredita que o uso do CPF está relacionado à prática de lavagem de dinheiro.
Nesse caso, a suspeita envolve casas de apostas e dados de beneficiários do Bolsa-Família.
‘Hoje já se tem as primeiras provas de que muitas vezes faziam lavagem de dinheiro usando o CPF de uma outra pessoa que nem sabia. Porque a movimentação era um volume que não tem nem cabimento.’
Na entrevista divulgada pela Agência Gov, o ministro esboçou também preocupação com o preconceito que o caso pode criar.
Ele frisou que a população beneficiária do programa social já convive com estigmas que as colocam à margem da sociedade.
‘Onde tiver fraude, onde tiver qualquer crime, a gente vai agir e agir de maneira muito firme. Eu acho que a gente precisa ter um cuidado para não criar um preconceito em relação a esse público que já sofre inúmeros preconceitos.’
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