Uma menina de 04 anos lucrou mais de 6.400% com Bitcoin (BTC) que ganhou no Dia das Crianças. Filha de de João Canhada, fundador da Foxbit, a investidora mirim ganhou seu BTC de presente do pai logo que nasceu.

"Assim que minha filha nasceu, em 2017, eu comprei 1 Bitcoin para ela, não apenas como um presente, mas como forma de investimento nesta nova economia. Na época o BTC custava R$ 5 mil", revela o pai da pequena.

Naquela época talvez Canhada não soubesse mas nunca mais o Bitcoin seria negociado a R$ 5 mil no Brasil. De lá para cá, a criptomoeda valorizou mais de 6.400% chegando a mais de R$ 318 mil no momento da escrita.

Quem também prefere dar criptomoedas para os filhos no dias das crianças ao invés de videogames, carrinhos e bonecas é Bernardo Schucman, vice-presidente sênior de operações de Data Center da CleanSpark.

Segundo ele, os filhos não apenas tem Bitcoin e criptomoedas mas também já usam os criptoativos como forma de pagamento em jogos na internet.

"Meus filhos tem uma pequena fração de Bitcoin e o legal é que eles entendem e usam mais que o cartão de crédito. Eles usam para pagamento de patches e mods dos seus games além de comprar coisas nos metaversos dos games", revelou.

Dia das crianças: Bitcoin e investimento também são presentes

O exemplo de Canhada e Schucman revela que o Dia das Crianças, além de uma festa, também é uma oportunidade para se pensar e organizar a vida financeira dos filhos.

Na mesma linha dos empresários de criptomoedas, Bernardo Pascowitch, fundador do Yubb, destaca que a data comemorativa pode ser um incentivador para um presente visando o futuro da criança, e alguns pais ou demais responsáveis legais já têm este comportamento.

Porém, ao contrário dos empresários de criptoativos Pascowitch recomenda investimentos de baixo risco para presentear os pequenos no dia 12 de outubro.

“Para começar, eu recomendo investimentos de renda fixa com baixo risco e liquidez diária. São os investimentos onde o rendimento é menor, mas não há riscos de perda do dinheiro. E aí, conforme os pais ou demais parentes responsáveis pela criança forem se familiarizando com o ambiente dos investimentos, eles podem arriscar ir para outros caminhos”, disse.

Pascowitch defende que investir é criar hábitos e quando há o interesse em montar um fundo para uso futuro das crianças, é importante colocar isso na rotina.

"Vale dizer que investir não é um bicho de sete cabeças, o principal ponto é criar um costume: sempre que receberem seus salários, os pais ou responsáveis devem separar uma quantia para os investimentos. Mas nunca se comprometer com o que não conseguir arcar. Vale começar com pouco, R$ 30, R$ 50 ou R$ 100, e ir aumentando o valor quando puder”, complementa Bernardo.

Qualquer coisa, menos Poupança

Para Beto Assad, analista de ações e consultor financeiro do Kinvo, aplicativo que consolida investimentos de bancos e corretoras em um só lugar, começar um investimento para os filhos sempre é uma ótima opção.

"É possível começar a montar uma carteira de investimentos com um valor muito baixo e, ao longo dos anos, juntar um valor considerável para pagar a faculdade, por exemplo. Muita gente pode discordar disso, vindo com aquele pensamento que o certo é ensinar a criança a pescar, e não dar o peixe pronto. Concordo com este pensamento, mas se programar para facilitar a vida da sua criança, principalmente se o foco for em sua educação, não vai de encontro a essa ideologia", afirma o especialista.

Segundo Assad, os melhores investimentos para esses casos são os que possuem um nível de risco mais baixo, pois o foco principal não é enriquecer, mas sim levantar uma quantia razoável para que a criança possa começar a vida adulta.

Seguindo essa linha de raciocínio, o especialista indica opções de renda fixa e que se defendam da inflação e que não exigem grandes aportes mensais. São os casos dos CDBs de prazo mais longo, Tesouro IPCA+, alguns investimentos pré fixados em momentos que seus prêmios disparam e até mesmo algumas modalidades de previdência privada, mas nunca a Poupança.

"Muita gente, por falta de informação, ainda aposta na Poupança como um "investimento seguro", no entanto, não é a estratégia mais inteligente para guardar dinheiro, já que a sua rentabilidade não compensa a perda da inflação", disse.

Segundo ele, a renda variável também é uma possibilidade, porém, não é a solução mais aconselhável quando o foco é o futuro de uma criança.

"Não é impeditivo que se coloque a carteira de sua criança em ações, fundos de investimentos ou criptomoedas. Se os pais têm o perfil mais arrojado, sugiro então manter estes investimentos em sua própria carteira. Isso facilita o controle e traz até um certo alívio emocional em períodos de estresse no mercado" explica o consultor financeiro.

Crie a conta de investimento no nome e CPF da criança

Ele aponta que quando os pais criam uma conta de investimento para os filhos, a conta deve ser aberta no nome e no CPF da criança. O objetivo de já fazer os investimentos direto no nome da criança é evitar que este valor não entre em inventário em caso de morte dos responsáveis.

"Vale destacar que a conta de investimento ficará sob responsabilidade dos seus responsáveis legais até ele ou ela completar 18 anos. Quando o filho atingir a maioridade, ele poderá movimentar os investimentos e utilizar o valor do investimento para uso pessoal, como fazer a faculdade ou pode optar por realizar novos investimentos", afirma.

Além de garantir um valor para o jovem iniciar a carreira, o investimento também é uma forma de promover uma educação financeira para estimular uma relação saudável com o dinheiro desde a infância.

"Começar a ensinar que a economia de parte do dinheiro pode trazer muitos benefícios no futuro é algo que, ao meu ver, deve ser muito praticado em casa. Assim, quando o já adolescente tiver noção de que possui uma carteira de investimentos montada para ajudar a garantir o seu futuro, sua relação com o dinheiro provavelmente será mais responsável" conclui Beto.

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