O Zoom, o aplicativo de videoconferência cuja popularidade disparou durante a atual pandemia, não criptografará as chamadas para usuários gratuitos. Dessa forma, a empresa espera criar espaço para colaboração com o FBI e outras autoridades, disse Eric Yuan, CEO da Zoom, durante uma teleconferência em 2 de junho.

Segundo Yuan, o serviço de criptografia de ponta a ponta do Zoom, atualmente em desenvolvimento, estará disponível exclusivamente para clientes corporativos, a fim de impedir que maus atores usem o aplicativo:

"Para usuários gratuitos com certeza não queremos dar isso, porque também queremos trabalhar em conjunto com o FBI e com as autoridades locais, caso algumas pessoas usem o Zoom para fins suspeitos."

Problemas de segurança e privacidade

Os problemas do Zoom com privacidade e segurança estão bem documentados. Uma das falhas nos recursos de segurança do aplicativo gerou um fenômeno conhecido como "Zoombombing", em que qualquer pessoa com algum conhecimento tecnológico têm acesso a reuniões particulares e as interrompem.

Além disso, o Zoom foi acusado de enviar dados de usuários de seu aplicativo iOS para o Facebook e de fazer falsas alegações de que as videochamadas foram criptografadas, enquanto meio milhão de contas do Zoom surgiram recentemente na darknet.

Em uma aparente tentativa de resolver problemas de segurança, no mês passado, a Zoom adquiriu a Keybase, uma empresa de criptografia de ponta a ponta que recebeu financiamento da a16z, do co-fundador do Reddit Alexis Ohanian e da Stellar Development Foundation, entre outros.

No entanto, a atualização mais recente sugere que a maioria das chamadas permanecerá sem criptografia.

Alternativas baseadas em blockchain

Conforme relatado pelo Cointelegraph, as falhas de segurança do Zoom estimularam o desenvolvimento de soluções de bate-papo por vídeo baseadas em blockchain.

Um deles é o Debrief, um aplicativo descentralizado lançado pelo pioneiro da Voice Over Internet Protocol (VoIP) e cofundador da Vonage, Jeff Pulver, em abril. No mês passado, o Brave, o navegador da web voltado para criptomoedas, com foco na privacidade, também lançou videochamadas no navegador com criptografia de ponta a ponta.

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