O protocolo de finanças descentralizadas World Liberty Financial (WLFI), cofundado pela família do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, iniciou uma proposta comunitária para tornar o token de governança WLFI transferível e negociável em todo o ecossistema cripto.
A proposta faz parte do roadmap do projeto para a transição a um modelo de “participação aberta”, permitindo que o token seja negociado em mercados secundários, incluindo exchanges descentralizadas e redes peer-to-peer.
Atualmente, o token WLFI existe em um sistema fechado e não pode ser negociado fora da plataforma, o que limita o grupo de governança e a descoberta de preço.
Se a proposta for aprovada, os detentores do token WLFI poderão votar sobre emissões de tokens, incentivos ao ecossistema e política de tesouraria.
O WLFI e outros empreendimentos cripto de Trump têm sido alvo de fiscalização por parte de legisladores democratas, alguns dos quais afirmam que os laços do ex-presidente com o setor cripto representam um conflito de interesses. A descentralização suficiente do WLFI poderia aliviar parte da pressão no Congresso que trava uma reforma regulatória abrangente.
Família Trump reduz participação no WLFI enquanto presidente registra lucros extraordinários
Segundo a plataforma, a família Trump reduziu sua participação no WLFI em 20% em junho. A DT Marks DeFi LLC, entidade que administra o investimento da família no WLFI, detinha inicialmente 75% da empresa. A LLC da família vem diminuindo sua participação na plataforma desde dezembro.
O presidente relatou um lucro de US$ 57 milhões com o WLFI em uma declaração financeira enviada em junho ao Escritório de Ética Governamental dos EUA.
No total, Trump teria adicionado cerca de US$ 620 milhões ao seu patrimônio líquido por meio de diversos projetos cripto, incluindo a memecoin Official Trump (TRUMP), vendas de tokens não fungíveis (NFTs), participação acionária no WLFI e valorização de outros ativos digitais mantidos em seu portfólio.
As criptomoedas representam aproximadamente 9% do patrimônio líquido do presidente, estimado em US$ 6,4 bilhões, segundo a Bloomberg.
Os lucros extraordinários e a relação altamente visível com a indústria cripto levaram à apresentação de projetos de lei com o objetivo de limitar o envolvimento do presidente com o setor.
O deputado democrata Adam Schiff apresentou, em junho, a COIN Act (Curbing Officials’ Income and Nondisclosure), que busca limitar que o presidente, familiares imediatos e membros do Poder Executivo emitam ou promovam criptomoedas específicas.