A doação de US$ 25 milhões da Ripple para um fundo de educação em cripto reacendeu conversas sobre como projetos de blockchain estão construindo influência por meio da academia — mas, no episódio mais recente do Byte-Sized Insight, o cofundador da Animoca Brands, Yat Siu, afirma que apenas dinheiro não é suficiente.

Em vez disso, casos de uso no mundo real, como empréstimos estudantis apoiados por DeFi, podem ser a proposta de valor mais convincente das criptomoedas até agora.

Empréstimos estudantis via DeFi

Em 30 de abril, a Pencil Finance — um projeto apoiado pela Animoca Brands e sua divisão educacional, a Open Campus — anunciou uma iniciativa de financiamento estudantil de US$ 10 milhões com o objetivo de oferecer empréstimos mais baratos, respaldados por blockchain. Siu acredita que esse tipo de investimento em infraestrutura vai além de um financiamento simbólico.

“O que nossa indústria precisa muito mais são desses tipos de casos de uso ganha-ganha que todos conseguem entender”, disse Siu na entrevista. “Se estudantes podem ter acesso a oportunidades e taxas de juros melhores, mais baratas e eficazes por meio de empréstimos estudantis com cripto, o que acontece? Eles vão se tornar mais pró-cripto.”

Diferente de uma doação pontual, o modelo da Pencil Finance integra as criptomoedas diretamente ao mecanismo de financiamento — utilizando as bases da blockchain para tornar o crédito mais transparente, eficiente e acessível.

“Embora o dinheiro tenha influência, ele não necessariamente muda o sistema para melhor. A tecnologia... na verdade oferece uma forma de trazer as pessoas para dentro disso.”

Cripto na sala de aula

Siu afirma que a indústria cripto ainda sofre com um problema de percepção, especialmente entre aqueles que não estão familiarizados com ferramentas financeiras ou com a cultura nativa da blockchain. Por isso, os casos de uso educacionais precisam ir além de arte NFT sofisticada ou memecoins e oferecer algo com que todos possam se identificar.

“Quando você está sentado à mesa e alguém pergunta: ‘Para que serve realmente o cripto?’ — o que vamos responder?”, questionou. “Memecoins? Ou dizemos empréstimos estudantis? Isso é algo que todo mundo entende.”

Siu também destacou o impacto de longo prazo de se envolver estudantes desde cedo — tanto para aumentar o conhecimento sobre cripto quanto para construir uma base sólida de adoção. “Você quer trazer os estudantes desde os primeiros níveis e permitir que eles entendam o que está acontecendo”, disse. “Foi isso que a Apple fez com os descontos educacionais. Não era sobre lucro no início — era sobre influência futura.”

A doação da Ripple pode ser um avanço na conscientização e no apoio financeiro tão necessário para o setor educacional, mas a abordagem da Animoca visa tornar o cripto indispensável, e não apenas visível, nos sistemas educacionais ao redor do mundo.

“Precisamos mostrar para que [o cripto] serve. Temos que começar pela base.”
Cryptocurrencies, Education

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