O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, divulgou na quarta-feira seu plano para tornar os Estados Unidos a “capital mundial” da inteligência artificial (IA), detalhando medidas para flexibilizar regulamentações de data centers, revisar padrões federais de conteúdo e priorizar contratos governamentais para determinados desenvolvedores de IA.

O relatório, publicado pela Casa Branca, apresenta um plano baseado em três pilares, com iniciativas para incentivar o desenvolvimento de IA de código aberto para aplicações nas áreas jurídica, de saúde, defesa, ciência, educação e manufatura.

Um dos principais objetivos políticos do plano é “proteger a liberdade de expressão” e a manifestação online dentro dos modelos de IA. Segundo o documento, essa iniciativa será liderada pelo Departamento de Comércio (DOC), que trabalhará com o Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (NIST) para “eliminar referências à desinformação, diversidade, equidade, inclusão e mudança climática”.

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Presidente dos EUA, Donald Trump, discursa no Fórum Econômico Mundial e fala sobre os objetivos dos EUA em relação à IA. Fonte: Casa Branca

Apesar de declarar o incentivo ao desenvolvimento de IA de código aberto, o relatório também prevê a concessão de contratos governamentais exclusivamente a “desenvolvedores de modelos de linguagem de fronteira (LLM)”. O relatório não define o que caracteriza um desenvolvedor de IA “de fronteira”.

Trump afirmou repetidamente que deseja tornar os Estados Unidos a “capital mundial” do desenvolvimento de IA, o que inclui fortalecer a rede elétrica do país para fornecer a enorme quantidade de energia necessária para a IA.

Desenvolvimento de infraestrutura e energia

A administração Trump escreveu que acelerar a infraestrutura de IA por meio da construção de data centers é parte central do plano.

Esse processo de aprovação acelerado para data centers de IA inclui a reclassificação das instalações de computação de alto desempenho sob a reformulada Lei Nacional de Política Ambiental (NEPA) e o afrouxamento das exigências de licenciamento sob regulamentações existentes.

Segundo o plano, os data centers de IA se qualificariam para uma aprovação de licença acelerada, apesar das exigências anteriores estabelecidas na Lei do Ar Limpo (Clean Air Act), Lei da Água Limpa (Clean Water Act) e na Lei de Resposta, Compensação e Responsabilidade Ambiental Abrangente (CERCLA).

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Energia nuclear comparada a outras formas de combustível. Fonte: Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA)

Além disso, a estratégia busca “estabilizar ao máximo a rede elétrica atual” por meio do desenvolvimento de tecnologias alternativas de geração de energia, como fusão e fissão nucleares.

Por fim, o plano contém objetivos para trazer de volta aos Estados Unidos a fabricação de semicondutores, essenciais para a criação de IA e processadores de computador.

Controlar o desenvolvimento global de IA por meio de controles de exportação e sanções

“Para ter sucesso na competição global de IA, a América precisa fazer mais do que promover a IA dentro de suas fronteiras. Os Estados Unidos também devem impulsionar a adoção de sistemas de IA, hardware de computação e padrões americanos em todo o mundo”, afirma o relatório.

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O relatório começa com essa declaração do presidente dos EUA. Fonte: Casa Branca

Isso inclui o fortalecimento dos controles de exportação e das políticas comerciais em IA, por meio da colaboração entre a Agência de Comércio e Desenvolvimento dos EUA, o Banco de Exportação e Importação, a Corporação Financeira de Desenvolvimento Internacional dos EUA, o Departamento de Estado e o Departamento de Comércio.