Após o pedido de falência da Voyager Digital na terça-feira (05/07), a empresa de empréstimo de criptomoedas disse que seu plano de recuperação visava preservar os ativos dos clientes, mas não declarou explicitamente que seria capaz de devolver todos os fundos equivalentes aos usuários afetados.

Em um blog de segunda-feira (11/07), a Voyager disse que tinha cerca de US$ 1,3 bilhão em fundos de usuários afetados, além de US$ 650 milhões em “reclamações contra a Three Arrows Capital” – referindo-se ao empréstimo de 15.250 Bitcoin (BTC) e 350 milhões de USD Coin (USDC) que a empresa não conseguiu reembolsar. De acordo com o plano de recuperação proposto pela Voyager – sujeito à aprovação dos tribunais – os usuários podem receber uma combinação de tokens Voyager, criptomoedas, “ações ordinárias da empresa recém-reorganizada” e fundos de qualquer processo com a Three Arrows Capital, ou 3AC.

“Os números exatos dependerão do que acontecer no processo de reestruturação e na recuperação dos ativos da 3AC”, disse a empresa de empréstimo. “O plano está sujeito a alterações, negociação com clientes e, em última análise, uma votação [...] Montamos um plano de reestruturação que preservaria os ativos dos clientes e forneceria a melhor oportunidade para maximizar o valor.”

Voyagers,

Entendemos como é fundamental ter acesso ao valor em sua conta e estamos trabalhando nesse processo o mais rápido possível para fazer exatamente isso. A postagem de hoje fornece uma atualização sobre dinheiro e criptomoedas do cliente e as próximas etapas: https://t.co/yBlVB0qgVp (1/6)

— Voyager (@investvoyager) 11 de julho de 2022

Além dos criptoativos, a Voyager disse que estava mantendo fundos “iguais à quantia de dólares em contas de clientes” em uma conta especial segurada pelo FDIC no Metropolitan Commercial Bank de Nova York. A proteção do FDIC garante até US$ 250.000 por cliente em caso de falência do banco – não da empresa de empréstimo. A Voyager acrescentou que está “trabalhando para restaurar o acesso a depósitos em dólares”, sujeito a um processo de reconciliação e prevenção de fraudes.

A Voyager emitiu um aviso de inadimplência para a 3AC em 27 de junho, citando posteriormente a falta de pagamento da empresa como uma das razões por trás da suspensão de negociações, depósitos, saques e recompensas de fidelidade. A empresa de empréstimos também anunciou que havia emprestado 15.000 BTC - cerca de US$ 500 milhões na época - da Alameda Research, alegando que os fundos visavam cobrir perdas devido ao 3AC.

Além das soluções legais que a Voyager está explorando com o pagamento da 3AC, a empresa disse que está “buscando várias alternativas estratégicas para avaliar o valor da empresa independente em comparação com um investimento ou venda de terceiros”. Dados do TradingView mostram que o preço das ações da empresa caiu mais de 98% desde sua máxima anual de US$ 20,35 em novembro de 2021, atingindo aproximadamente US$ 0,27 no momento da publicação.

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