O criador do Ethereum, Vitalik Buterin, compareceu ao encontro Ethereal Summit em Tel Aviv e falou sobre a aguardada versão 2.0 da rede blockchain. Segundo Vitalik, a atualização do protocolo fará com que soluções de segunda camada sejam desnecessárias.

A rede Ethereum vem sofrendo críticas da comunidade de criptomoedas por constantemente apresentar congestionamentos e não possuir uma escalabilidade que possa fazer da rede uma plataforma mundial de contratos inteligentes.

O Ethereum 2.0 - atualização que levaria o Ethereum a mudar seu sistema de consenso de Prova de Trabalho (PoW) para Prova de Participação (PoS) - deve ser lançada no início de 2020. 

Durante uma sessão de perguntas e respostas com Ejaaz Ahamadeen, da ConsenSys, Buterin explicou o modelo econômico, a transição do Ethereum 1.0 para o Ethereum 2.0 e o destino dos protocolos da segunda camada, entre outros tópicos.

Uma das grande questões é como os dApps - aplicativos descentralizados - mudarão para a nova versão. Sobre a transição, Buterin explicou a ideia básica de como os dApps migrarão para a nova versão da rede, afirmando que a decisão final ainda não foi alcançada.

Ele diz que após o lançamento completo do Ethereum 2.0 - que será realizado três fases - os desenvolvedores poderão começar a trabalhar na nova cadeia a partir do zero, para depois realizarem a migração. Vitalik comentou:

“Mas, eventualmente, chegaria um momento em que desejaríamos migrar basicamente o sistema Eth 1 para o Eth 2 e, um ou dois anos atrás, o pensamento era como [...] deixar o lado do Eth 1 meio que morrer por conta própria e todo mundo vai se mudar. Mas descobrimos uma abordagem muito mais amigável para preservar os aplicativos existentes."

Buterin também discutiu os efeitos que o Ethereum 2.0 teria nas soluções de segunda camada, considerando que o principal recurso do Serenity (como é chamado o Ethereum 2.0) é conseguir modificações significativas na escalabilidade. Ele afirmou que as soluções de segunda camada eram um "tópico interessante". 

O programador falou então sobre sua postagem em seu blog sobre protocolos de segunda camada, publicada algumas semanas atrás, onde explicou que esse tipo de solução para a escalabilidade encontraria dificuldade em generalizar suas funções, fazendo com que cada solução seja específica para cada projeto.

Ele acrescentou que defendia as soluções de segunda camada que possuem os dados fora da cadeia principal, mas realizando a computação na cadeia principal. Ele observou que esse tipo de solução tornaria muito mais fácil recuperar a “generalidade total, mas, ao mesmo tempo, ainda obter esses enormes ganhos de escala”. 

Com novas soluções saindo do forno, a rede Ethereum pode vir a atingir a tão desejada escalabilidade. Mas até agora, a rede vem enfrentando críticas da comunidade. Como publicou o Cointelegraph, a rede apresentou um congestionamento quando apenas seis carteiras ocuparam metade da capacidade de processamento da rede.