Os Estados Unidos e o Reino Unido assinaram na quinta-feira um memorando de entendimento para desenvolver conjuntamente inteligência artificial, energia nuclear, telecomunicações e computação quântica, abrangendo uma ampla gama de usos, incluindo viagens espaciais, defesa militar, medicamentos biomédicos direcionados e procedimentos médicos.
O memorando, que não é juridicamente vinculativo e não altera acordos já existentes entre os dois países, propõe iniciativas de pesquisa conjunta entre diversos departamentos e agências governamentais de ambas as nações para estudar essas tecnologias emergentes.
Os dois países formarão um grupo de trabalho para desenvolver hardware, software, algoritmos e padrões de interoperabilidade de computação quântica, de acordo com o memorando de entendimento.
A computação quântica tem despertado grande interesse na comunidade cripto, já que computadores quânticos suficientemente poderosos poderiam quebrar os padrões modernos de criptografia, que são centrais para a própria existência das criptomoedas.
O Reino Unido e os EUA também irão explorar a construção de redes móveis 6G como parte dos esforços de pesquisa e desenvolvimento tecnológico.
O presidente dos EUA, Donald Trump, destacou o efeito positivo da colaboração nos investimentos em todos os setores industriais durante a coletiva de imprensa de quinta-feira com o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer. Trump disse:
“Esta viagem impulsionou US$ 350 bilhões em acordos em vários setores, e estamos comprometidos em garantir que o Reino Unido seja uma fonte segura e confiável do melhor hardware e software de IA do planeta, e que nós o forneçamos.”
Trump afirmou que US$ 17 trilhões foram investidos nos EUA no último ano, enquanto o país busca liderar a corrida global em inteligência artificial, tecnologias digitais e sistemas de computação de alto desempenho.
Desenvolvendo a fusão nuclear, a próxima geração de energia nuclear
“O mundo está no alvorecer de uma era nuclear dourada”, afirmou o anúncio da Casa Branca na quinta-feira.
Ambos os países vão colaborar no desenvolvimento e implantação de usinas nucleares “avançadas”, incluindo reatores de fusão nuclear, para acabar com a dependência de combustíveis estrangeiros e fortalecer a cadeia de suprimento energético.
A fusão nuclear é o processo oposto à fissão nuclear, ou divisão de átomos, que foi pioneira na década de 1940 para uso em armas atômicas.
A fusão nuclear une átomos para gerar energia e é muito mais segura que a fissão nuclear. Reatores de fusão emitem significativamente menos radiação e não apresentam o mesmo risco de colapso catastrófico dos reatores de fissão tradicionais.
Reatores nucleares avançados podem fornecer uma quantidade muito maior de energia, o que é essencial para aplicações de inteligência artificial e de computação de alto desempenho, que exigem grande consumo energético.
No entanto, a energia abundante também poderia impactar algoritmos de mineração proof-of-work (PoW) usados para proteger certas criptomoedas.
Se a energia se tornar tão abundante e barata de produzir, a barreira imposta pelo proof-of-work pode se deteriorar, permitindo que invasores ataquem protocolos PoW por meio de transações em massa e ataques de 51%.
Os próximos passos no esforço colaborativo
Os EUA e o Reino Unido estabelecerão um “Grupo de Trabalho em nível do Poder Executivo” nos próximos seis meses e começarão a colaborar em pesquisa e desenvolvimento em reuniões anuais.
Entretanto, a Casa Branca também esclareceu que o memorando não “cria quaisquer obrigações legalmente vinculativas” e que nenhum dos países é obrigado a investir recursos nas iniciativas ou alterar acordos já existentes.