Barney Frank, um ex-membro da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, teria sugerido que os reguladores de Nova York fecharam o Signature Bank, que prestava serviços para empresas e investidores de criptomoedas, como parte de uma aparente demonstração de força.

De acordo com uma reportagem da CNBC publicada em 13 de março, Frank – que também é membro do conselho do Signature Bank – disse que a única indicação de problemas no banco foi uma corrida de saques que somaram mais de US$ 10 bilhões em 10 de março, que ele chamou de "puro contágio" causado pela queda do Silicon Valley Bank. O Departamento de Serviços Financeiros de Nova York assumiu o controle do Signature em 12 de março e nomeou a Corporação Federal Asseguradora de Depósitos dos EUA para lidar com o processo de intervenção.

“Acho que parte do que aconteceu foi que os reguladores queriam transmitir uma mensagem anticripto muito forte”, disse Frank. “Nós nos tornamos os garotos-propaganda porque não havia insolvência baseada nos fundamentos do nosso balanço.”

O Signature foi o terceiro grande banco com vínculos com criptomoedas a entrar em colapso na semana passada, após a controladora do Silvergate Bank anunciar que iria "liquidar voluntariamente" a empresa em 8 de março e o órgão fiscalizador financeiro da Califórnia ter fechado o Silicon Valley Bank em 10 de março. O fundador e CEO da Messari Ryan Selkis reafirmou as declarações de Frank, alegando que o Silvergate e o Signature estavam solventes no momento em que as autoridades agiram contra eles.

O Silvergate ainda está solvente, apesar de uma liquidação sem precedentes de US$ 12 bilhões em 90 dias provocada por um senadora corrupta que coordenou uma corrida bancária em associação com vendedores a descoberto.

O Signature estava saudável. O NYDFS foi desonesto ao intervir e surpreendeu até mesmo o FDIC.

É um ataque direcionado.

— Ryan Selkis (@twobitidiot)

A senadora Elizabeth Warren, uma conhecida voz anti-cripto do Partido Democrata, declarou em um artigo de opinião do New York Times que a culpa pelo colapso do Silicon Valley Bank recaiu em grande parte sobre a antiga administração presidencial, que reverteu "partes críticas" da Lei Dodd-Frank em 2018, bem como reguladores federais que “tornaram uma situação ruim ainda pior.”

“Se o Congresso e o Banco Central dos EUA não tivessem revertido a supervisão mais rígida [sobre instituições financeiras], o S.V.B. e o Signature estariam sujeitos a requisitos de liquidez e capital mais fortes para resistir a choques financeiros”, disse Warren. "Eles teriam sido obrigados a realizar testes de estresse regulares para expor suas vulnerabilidades e fortalecer seus negócios. Mas como esses requisitos foram revogados, quando uma corrida bancária à moda antiga atingiu o S.V.B‌., o‌ banco não conseguiu suportar a pressão – e o colapso do Signature veio logo em seguida."

A situação com o Signature Bank, o Silicon Valley Bank e o Silvergate Bank ainda está em andamento, mas os acionistas do SVB afetados pelo colapso do banco já entraram com uma ação em um tribunal federal dos EUA, acusando o criptobanco e dois de seus executivos de fraude. A stablecoinUSD Coin (USDC) perdeu temporariamente a paridade com o dólar em meio a relatos de que a sua emissora, a Circle, tinha mais de US$ 3 bilhões em reservas no SVB, mas desde então já voltou a sua cotação padrão de US$ 1.

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