Analistas dizem que o dólar não demonstrou sua força usual como porto seguro durante o recente conflito Irã-Israel, enquanto o Bitcoin sobe em mais uma tentativa de alcançar sua máxima histórica de US$ 111.970.
“O índice do dólar está flertando com novas mínimas do ciclo hoje”, disse a macroeconomista Lyn Alden em uma publicação na quarta-feira. “Praticamente não houve demanda por segurança nas últimas semanas”, acrescentou Alden.
“O dinheiro fiduciário está desaparecendo”, diz analista
Ecoando um sentimento semelhante, o analista de cripto da Real Vision, Jamie Coutts, disse que “o fiduciário está desaparecendo”. O Índice do Dólar dos EUA (DXY), que mede a força do USD contra as principais moedas do mundo, está sendo negociado em seu ponto mais baixo desde fevereiro de 2022, em 97,50 no momento da publicação, de acordo com dados do TradingView.
Agora está próximo do mesmo nível alcançado em 13 de junho, quando as tensões se intensificaram após Israel lançar ataques aéreos contra o Irã.
Em situações como essa, normalmente espera-se que os investidores migrem de ativos mais arriscados, como criptomoedas, para opções mais seguras, como o dólar americano ou títulos do governo. Em outubro de 2024, um grande ataque com mísseis do Irã a alvos em Israel fez com que o DXY subisse 2,67% no mês.
Traders destacam a força recente do Bitcoin
Enquanto o dólar não disparou durante o recente conflito, o Bitcoin (BTC) apresentou volatilidade.
No domingo, o Bitcoin caiu brevemente abaixo de US$ 100.000 pela primeira vez desde o início de maio. No entanto, desde que o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou um frágil cessar-fogo na segunda-feira, a criptomoeda se recuperou e estava sendo negociada a US$ 107.930 no momento da publicação, segundo dados do CoinMarketCap.
O analista de cripto Matthew Hyland disse que os “touros estão no controle”, enquanto outros destacam a forte resiliência do Bitcoin apesar das recentes condições avessas ao risco.
Cripto é o novo investimento de mercados emergentes
“O Bitcoin rompeu duas tendências de baixa de duas semanas no último mês”, disse o analista Rekt Capital na quarta-feira.
Coutts, da Real Vision, traçou paralelos entre o ambiente macro atual e o início dos anos 2000, quando a desvalorização do dólar levou a uma rotação de capital para mercados emergentes e commodities.
“Se você se lembra de 2002 a 2008, a última grande desvalorização do dólar impulsionou as ações de mercados emergentes e commodities”, disse Coutts.
“Os mercados emergentes superaram os desenvolvidos em 3x à medida que o capital buscava economias jovens de alto crescimento — dando origem aos BRICS”, acrescentou, afirmando que o novo mercado emergente agora é a criptoeconomia:
“O cripto é o mercado emergente de hoje. O capital está se movendo para onde está a energia”, afirmou.
Este artigo não contém conselhos ou recomendações de investimento. Todo investimento e negociação envolve riscos, e os leitores devem realizar sua própria pesquisa ao tomar uma decisão.