Principais pontos:
A explosão da dívida dos EUA e o estresse no mercado imobiliário podem desencadear uma forte correção do BTC em direção a US$ 95.000.
O preço do Bitcoin continua fortemente atrelado às tendências macroeconômicas, incluindo a política do Fed e os fluxos institucionais.
A dívida nacional bruta dos Estados Unidos aumentou em US$ 367 bilhões na segunda-feira, atingindo um recorde histórico de US$ 36,6 trilhões. O aumento ocorreu após o presidente Donald Trump aprovar a “One Big Beautiful Bill” na sexta-feira, que elevou o teto da dívida em US$ 5 trilhões. Isso poderia ser o gatilho para uma queda do Bitcoin (BTC) para US$ 95.000?
Analistas, incluindo Kurt S. Altrichter, CRPS e fundador da Ivory Hill Wealth, levantaram alertas sobre o mercado imobiliário dos EUA. Um poderoso indicador que historicamente dispara durante recessões econômicas passadas agora atingiu níveis alarmantes, segundo Altrichter.
O estoque de novas residências unifamiliares está se aproximando do equivalente a 10 meses de oferta. De acordo com Altrichter, isso “só ocorreu durante ou imediatamente antes de recessões.” Ele afirma que a fraqueza no setor imobiliário decorre das altas taxas de juros, mas principalmente do que ele chama de “evaporação da demanda”.
Se esse padrão histórico — que liga o excesso de oferta no mercado imobiliário a um declínio econômico mais amplo — se mantiver, o impacto pode recair sobre ativos de risco, incluindo o Bitcoin. Mesmo que o efeito de longo prazo seja positivo para as criptomoedas, a reação imediata dos investidores tende a ser de aversão ao risco, favorecendo dinheiro em caixa e títulos de curto prazo.
Jack Mallers, cofundador e CEO da Strike, observou no X que a única opção viável para o Tesouro dos EUA é expandir a base monetária — uma ação semelhante à impressão de dinheiro. Mallers argumenta que o governo dificilmente dará calote na dívida, o que significa que a desvalorização se torna o último recurso. Isso, segundo ele, cria um ambiente ideal para uma valorização do Bitcoin.
O destino do Bitcoin depende das ações do Federal Reserve dos EUA
Há também uma narrativa contrária: alguns participantes do mercado dizem que a quebra de preço do Bitcoin acima de US$ 112.100 na quarta-feira não está relacionada a questões fiscais ou temores de recessão. Em vez disso, atribuem a alta do mercado acionário mais amplo à expectativa de mudanças na política do Federal Reserve.
Também cresce a especulação sobre uma possível tentativa de Trump de substituir o presidente do Fed, Jerome Powell. Caso tenha sucesso, isso poderia levar a uma política monetária mais dovish. Trump já pediu repetidamente que o Fed reduza as taxas de juros. Segundo a Fox Business, ele está atualmente avaliando candidatos para suceder Powell, cujo mandato termina em maio de 2026.
Apesar dos fortes fluxos líquidos para os fundos negociados em bolsa (ETFs) de Bitcoin e da crescente demanda institucional, o BTC continua fortemente atrelado aos mercados acionários mais amplos.
A correlação entre o Bitcoin e o S&P 500 está em 68%, o que significa que ambas as classes de ativos têm apresentado tendências de preços semelhantes. As tarifas de importação dos EUA em vigor também representam um fator de risco, podendo prejudicar os lucros corporativos — especialmente no setor de tecnologia, que depende fortemente do comércio global.
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A Nvidia (NVDA), que se tornou a empresa mais valiosa do mundo com um valor de mercado de US$ 4 trilhões na quarta-feira, pode estar particularmente exposta. É difícil prever se o agravamento das tensões comerciais desencadeará uma queda acentuada nas ações de tecnologia. Embora o aumento do teto da dívida normalmente estimule o sentimento pró-risco, a ameaça de uma recessão pode provocar uma correção do Bitcoin para US$ 95.000.
No fim das contas, uma nova máxima histórica para o Bitcoin em 2025 continua plausível, segundo Jack Mallers, da Strike. Mas, por enquanto, os traders parecem temer se o setor de tecnologia impulsionado por IA conseguirá resistir ao conflito comercial.
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