As ações da Twenty One Capital (XXI), a mais nova empresa de tesouraria de criptoativos dos Estados Unidos, caíram 20% em sua estreia na bolsa, após a fusão com a empresa de aquisição de propósito específico (SPAC) Cantor Equity Partners.
A Twenty One Capital iniciou a negociação na terça-feira a US$ 10,74, abaixo do preço de fechamento de US$ 14,27 registrado na segunda-feira para a SPAC da Cantor com a qual se fundiu.
A nova empresa focada em Bitcoin (BTC) encerrou o pregão de quarta-feira a US$ 11,42, uma queda de 19,97% em 24 horas.
No entanto, posteriormente registrou uma leve alta de 2,2% no after-hours, para US$ 11,67, resultando em uma capitalização de mercado de aproximadamente US$ 4 bilhões, com base em suas ações em circulação.
A Twenty One foi uma das estreias públicas mais aguardadas do setor cripto neste ano, com apoio de grandes nomes como a emissora de stablecoins Tether, a exchange Bitfinex e o grupo japonês SoftBank. Jack Mallers, fundador e CEO da plataforma Bitcoin Strike, também foi nomeado CEO da Twenty One.
A empresa detém mais de 43.500 Bitcoins, avaliados em mais de US$ 4 bilhões, o que lhe confere a terceira maior reserva entre companhias públicas, atrás apenas da mineradora MARA Holdings, de acordo com dados do BitcoinTreasuries.NET.
Twenty One não tem plano público, mas “não é uma tesouraria”
A Twenty One ainda não divulgou qual será exatamente seu modelo de negócios ou quando pretende lançá-lo, mas Mallers disse à CNBC que a empresa “não é uma companhia de tesouraria.”
“Não queremos que o mercado nos veja e nos avalie apenas como um ativo de tesouraria”, afirmou. “Temos muito Bitcoin, sim, mas também estamos construindo um negócio.”
“Estamos criando uma empresa operacional, trazendo diversos produtos de Bitcoin ao mercado com o objetivo de gerar fluxo de caixa”, acrescentou Mallers, dizendo enxergar “muitas oportunidades em corretagem, exchange, crédito e empréstimos.”
Mallers evitou entrar em detalhes sobre os planos da empresa, afirmando apenas: “Essas coisas serão anunciadas mais cedo ou mais tarde.”
Os EUA têm visto uma onda de empresas de “tesouraria cripto” chegando ao mercado neste ano, copiando o modelo popularizado pela Strategy, que consiste em comprar e manter criptoativos enquanto levantam capital para continuar as aquisições.
Essas empresas atraíram o interesse de investidores no início do ano, quando o Bitcoin atingiu uma máxima em outubro, mas a queda do mercado desde então pressionou as ações das companhias expostas ao setor.
Mallers parece apostar em seu histórico e no da Tether — e em sua forte convicção no Bitcoin — para sustentar a Twenty One no curto prazo.
“Vemos o Bitcoin como a floresta por trás das árvores”, disse à CNBC. “É a grande oportunidade, e ninguém parece focado nisso. A história desta ação é se concentrar exclusivamente no Bitcoin e gerar valor aos acionistas principalmente por meio dele.”