A Trump Media and Technology Group (TMTG), empresa que controla a plataforma Truth Social do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e da qual ele é acionista parcial, confirmou a captação de US$ 2,5 bilhões para comprar Bitcoin (BTC), após negar anteriormente as informações sobre o acordo.
Segundo um anúncio feito pela empresa em 27 de maio, a captação inclui a venda de US$ 1,5 bilhão em ações e US$ 1 bilhão em títulos conversíveis seniores garantidos, com cupom de 0%. A expectativa é que a operação seja concluída em 29 de maio. O CEO da TMTG, Devin Nunes, declarou:
“Vemos o Bitcoin como um instrumento supremo de liberdade financeira e, agora, a Trump Media terá criptomoedas como parte essencial de seus ativos. Esse investimento ajudará a defender nossa empresa contra assédio e discriminação por parte de instituições financeiras.”
Porta-vozes da TMTG reagiram com deboche à reportagem original do Financial Times, publicada um dia antes do anúncio:
“Aparentemente, o Financial Times tem redatores burros ouvindo fontes ainda mais burras”, disseram representantes da TMTG ao jornal.
As ações da TMTG recuaram mais de 12% após o anúncio, sendo negociadas em torno de US$ 23,60 no momento da publicação.
O acordo de financiamento ocorre em um momento em que um número crescente de empresas e países adotam estratégias de tesouraria em Bitcoin, à medida que o ativo digital amadurece como instrumento financeiro de relevância geopolítica.
Empresas com tesouraria em Bitcoin seguem acumulando
Diversas empresas com tesouraria em Bitcoin ampliaram suas posições em maio deste ano, incluindo a Strategy, de Michael Saylor. De acordo com o SaylorTracker, a empresa adquiriu mais 4.020 BTC em 26 de maio.
A empresa de tecnologia Semler Scientific comprou 455 BTC, avaliados em mais de US$ 50 milhões, para sua tesouraria — aquisição divulgada em um arquivamento de 23 de maio.
A empresa de investimentos MetaPlanet, amplamente considerada pelos investidores como a “MicroStrategy do Japão”, adquiriu mais 1.004 BTC em 19 de maio.
O analista de mercado Jesse Myers previu recentemente que, no ritmo atual de acumulação institucional, grandes entidades possuirão 50% de todo o suprimento de Bitcoin até 2045.
Myers acrescentou que esse crescimento na adoção institucional é impulsionado por uma fuga em direção à segurança, afastando-se das classes de ativos tradicionais.
“Nos últimos dois anos, já começou um êxodo de ativos fiduciários — como títulos e dinheiro. Os ativos de dinheiro forte, como BTC e ouro, são o novo destino”, escreveu o analista em uma publicação no X em 22 de maio.