Projeto DeFi da família Trump quer 'assegurar o domínio do dólar americano'

Embora pouco se saiba sobre o projeto cripto da família Trump, a última declaração do World Liberty Financial sugere que a empresa deseja expandir o uso de stablecoins lastreadas em dólares dos Estados Unidos nas finanças descentralizadas.

Em um comunicado de 4 de setembro no X, a plataforma de finanças descentralizadas (DeFi) ainda a ser lançada afirmou que um de seus principais objetivos era impulsionar a “adoção em massa de stablecoins e finanças descentralizadas”.

“Queremos que as stablecoins lastreadas em dólares dos EUA permaneçam como a camada de liquidação do mundo pelos próximos 100 anos”, escreveu a conta.

“Ao espalhar as stablecoins lastreadas em dólares dos EUA pelo mundo, garantimos que a dominância do dólar americano continue, assegurando a liderança financeira da América e sua influência no cenário global.”

Há crescentes preocupações de que o dólar americano possa perder sua dominância como moeda de reserva mundial e referência para transações internacionais e comércio de commodities.

A organização intergovernamental “BRICS”, composta por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos, tem aumentado esses temores ao promover o uso de moedas diferentes do dólar americano para o comércio de commodities.

Enquanto isso, a capitalização de mercado das stablecoins, excluindo as stablecoins algorítmicas, já experimentou quase 12 meses de crescimento consecutivo, atingindo um novo recorde histórico de US$ 169 bilhões em 5 de setembro, de acordo com o DefiLlama.

As cinco maiores stablecoins por capitalização de mercado são todas stablecoins lastreadas em dólares americanos.

Além dos comentários otimistas sobre as stablecoins, o projeto insinuou uma parceria e colaboração com o protocolo DeFi Aave, possivelmente indicando que o World Liberty Financial será construída na blockchain Ethereum.

Nas últimas 24 horas, o preço do Aave no CoinMarketCap subiu mais de 9%, para US$ 133,04, em comparação com a mínima de US$ 116,99 registrada em 4 de setembro.

De acordo com a World Liberty Financial, o projeto será mais do que “outro fork hostil”, pois a história mostra que “esses não funcionam”.

O projeto também afirmou que está trabalhando com “principais especialistas em segurança” que revisaram seu código para ajudá-los a utilizar “as melhores práticas”.

Donald Trump já fez várias postagens enigmáticas sobre o World Liberty Financial, posicionando-a vagamente como um serviço que ajudará os usuários a contornar o sistema bancário tradicional e estabelecer os Estados Unidos como a “capital cripto” do mundo.

Projeto DeFi é alvo de hackers

Até agora, os envolvidos no empreendimento enfrentaram uma enxurrada de ataques de hackers e golpistas.

Em 8 de agosto, Eric Trump teve que esclarecer que a memecoin Restore the Republic (RTR) não estava de forma alguma afiliado ao projeto, depois que ele disparou US$ 155 milhões em poucas horas após seu lançamento com base em um boato de que fazia parte do World Liberty Financial.

Em 30 de agosto, o grupo oficial do World Liberty Financial no Telegram teve que denunciar uma série de anúncios e brindes falsos tentando lucrar com o hype em torno do projeto.

Golpistas também conseguiram hackear as contas no X de Lara e Tiffany Trump em 4 de setembro e postaram links fraudulentos alegando estar conectados ao World Liberty Financial.