Desde sua estreia global em 31 de outubro de 2008, o Bitcoin evoluiu de uma ideia ambiciosa e aparentemente fantasiosa para um ativo com uma capitalização de mercado de trilhões de dólares, reformulando a forma como as instituições financeiras enxergam o dinheiro.
Apesar de sua jornada quase inacreditável de mera ideia a catalisador de uma revolução no setor financeiro, muitos acreditam que o Bitcoin (BTC) ainda tem muito mais a realizar.
No episódio 50 do podcast The Agenda, os anfitriões Ray Salmond e Jonathan DeYoung conversam com Jeff Garzik, cofundador da Hemi, sobre sua experiência como desenvolvedor de Bitcoin, histórias extraordinárias dos primeiros anos do ativo digital e como a Hemi pretende ampliar os casos de uso do Bitcoin ao conectar seu ecossistema ao do Ethereum.
Bitcoin é uma blockchain “à prova de bombas”, mas precisa de mais funcionalidade
O Bitcoin se estabeleceu como um meio de troca, reserva de valor e outras funções limitadas, mas sua integração em outros aspectos da indústria, como finanças descentralizadas (DeFi) e aplicativos descentralizados (dApps), fica aquém dos ecossistemas disponíveis nas blockchains Ethereum e Solana.
Segundo Jeff Garzik, um dos problemas que complicam o crescimento do Bitcoin nesses espaços são os custos de transação quando a rede está congestionada e algumas diferenças no código, o que pode dificultar a interoperabilidade.
“Assim como nas rodovias, existe o preço de congestionamento. Em algumas rodovias, se há muito tráfego, a taxa de congestionamento é muito alta. Se a rodovia está quase vazia, a taxa de congestionamento é muito baixa ou até gratuita.”
Garzik afirmou que a Hemi está focada na “trajetória ascendente” da rede Bitcoin, onde rollups, soluções de camada 2 e outras rotas auxiliares de processamento de transações se tornam opções simples e cotidianas para a rede. Ele descreveu esse cenário como “o próximo estágio de evolução do Bitcoin em grande escala”.
“O Bitcoin agora está evoluindo para a capacidade de escalar em várias dimensões, ou seja, múltiplas camadas 2, e os usuários se beneficiarão dessa programabilidade adicional. [...] Mas eles ainda estão construindo sobre o Bitcoin. Ainda estão expandindo o Bitcoin. Ainda estão utilizando o Bitcoin, o token. Então, é realmente uma nova configuração. É uma nova evolução do Bitcoin, o organismo, como gosto de chamar.”
Bitcoin é mais do que seu valor em dólar
Hoje em dia, ao ouvir falar de Bitcoin, provavelmente sua mente foca imediatamente no preço — mas Garzik afirma que o BTC vai muito além disso. Para ele, o Bitcoin é apenas mais um dos muitos exemplos de como tecnologias de código aberto impactam positivamente a vida das pessoas no dia a dia.
Relembrando seus primeiros dias como desenvolvedor de Bitcoin, Garzik contou como ele e outros temiam ser presos por violar potencialmente o Stamp Payments Act de 1862 e como um dos principais objetivos era convencer as pessoas a aceitarem BTC como pagamento na vida real.
“Como jovem desenvolvedor no ano de 2010, eu não sabia se seria preso por simplesmente trabalhar em uma nova moeda que não fosse o dólar americano. Não sabia se seria preso por violar o Stamp Payments Act, uma das muitas leis nos Estados Unidos que, teorizávamos, poderia cobrir o Bitcoin. Felizmente, não é [uma violação].”
Para ouvir mais da conversa de Garzik com o The Agenda — incluindo sua visão para o futuro da rede Bitcoin e histórias fascinantes dos primeiros anos do BTC — ouça o episódio completo na página de podcasts do Cointelegraph, no Apple Podcasts ou no Spotify. E não se esqueça de conferir a programação completa de outros shows do Cointelegraph!
Este artigo é apenas para fins informativos e não deve ser considerado como aconselhamento jurídico ou de investimento. As opiniões expressas aqui são exclusivamente do autor e não refletem necessariamente os pontos de vista do Cointelegraph.