O cofundador da Strategy, Michael Saylor, publicou um gráfico do Bitcoin (BTC) sinalizando uma nova aquisição iminente pela empresa, marcando a oitava semana consecutiva de compras durante esse mais recente ciclo de acumulação.

“Laranja é minha cor preferida”, escreveu Saylor aos seus 4,4 milhões de seguidores no X — um número que vem crescendo constantemente nos últimos dois anos à medida que o cofundador da Strategy ganha mais atenção da mídia por conta da estratégia de tesouraria corporativa da empresa.

A aquisição mais recente da Strategy ocorreu em 26 de maio: 4.020 BTC avaliados em aproximadamente US$ 427 milhões no momento da compra, elevando o total de BTC da empresa para 580.250 unidades.

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Compras de Bitcoin da Strategy desde setembro de 2020. Fonte:SaylorTracker

De acordo com dados do Bitcoin Treasuries, isso faz da Strategy o maior detentor conhecido de Bitcoin do mundo, superando inclusive os volumes somados das reservas dos governos dos Estados Unidos e da China.

A Strategy se tornou sinônimo de Bitcoin, com muitos traders vendo a empresa como uma aposta indireta na valorização do ativo digital.

Segundo o analista da CryptoQuant Ki Young Ju, a rápida acumulação de BTC pela empresa já está alterando a dinâmica de mercado. Executivos do banco cripto-nativo Sygnum também afirmam que essa compra institucional em massa pode provocar um choque de oferta, impulsionando ainda mais o preço do BTC.

Debate sobre prova de reservas da Strategy

A Strategy tem sido caracterizada como uma nova superpotência financeira por autores como Adam Livingston. No entanto, nem todos os investidores confiam plenamente nos números relatados pela empresa quanto à sua acumulação de BTC.

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A última sequência de aquisições de Bitcoin relatadas pela Strategy. Fonte:SaylorTracker

Um número crescente de participantes do mercado vem levantando dúvidas sobre se a Strategy realmente detém os Bitcoins que alega manter em sua tesouraria corporativa, citando a ausência de auditorias regulares de prova de reservas.

Um usuário respondeu à publicação de Saylor questionando: “Sem prova de reservas é o seu ‘confia em mim, mano’. Quando vai usar a mempool? Ou está com medo de mostrar que você não tem Bitcoin, mas sim Bitcoin de papel?”

O cofundador da Strategy argumenta que auditorias de prova de reservas são arriscadas para grandes empresas e instituições, pois expõem as carteiras corporativas a rastreamentos e atenção indesejada de potenciais agentes maliciosos.

Esse alto grau de transparência inerente às blockchains públicas é frequentemente citado por profissionais do setor como um dos principais obstáculos para a adoção institucional de operações on-chain.