As stablecoins, criptomoedas atreladas ao valor de moedas fiduciárias ou commodities, ultrapassaram pela primeira vez os US$ 300 bilhões em capitalização de mercado, destacando uma tendência significativa de adoção.
De acordo com dados do agregador de código aberto DeFiLlama, o marco foi alcançado em 3 de outubro de 2025, consolidando um crescimento de 46,8% no acumulado do ano.
Ao atingir o patamar de US$ 300 bilhões, o mercado de stablecoins está bem posicionado para superar o ritmo de 2024 em meio à intensificação da concorrência e à onda de novos lançamentos deste ano.
“O marco é um lembrete de que a infraestrutura que estamos construindo hoje precisa escalar para trilhões, porque é para lá que o mercado está indo”, disse ao Cointelegraph Lorenzo R, cofundador da USDT0.
Uma diferença de US$ 23 bilhões para repetir o crescimento do ano passado
Para igualar o crescimento de 58% do ano passado, as stablecoins precisariam adicionar outros US$ 23 bilhões em valor até o fim do ano. Com US$ 40 bilhões adicionados apenas no terceiro trimestre, analistas dizem que o mercado está no caminho certo.
O aumento de 58% não seria o ritmo mais alto já registrado. A capitalização de mercado de stablecoins disparou 876% em 2019, saltando de cerca de US$ 400 milhões para US$ 4,1 bilhões em um ano.
O boom continuou durante a pandemia, com o mercado crescendo mais 568% em 2020 e 494% em 2021, antes de registrar suas primeiras grandes contrações em 2022 e 2023.
USDe da Ethena e Solana entre os maiores destaques
Como o Cointelegraph já noticiou, o crescimento das stablecoins em 2025 foi impulsionado principalmente pelo Tether USDt (USDT), o USDC (USDC) da Circle e o USDe (USDE), stablecoin com rendimento da Ethena Labs.
Apesar do USDT e o USDC dominarem amplamente os fluxos e a capitalização de mercado, o USDe da Ethena apresentou o maior salto em participação de mercado, subindo mais de 150%, de cerca de US$ 6 bilhões em janeiro para quase US$ 15 bilhões em outubro, segundo dados da RWA.xyz.
Em termos de redes, o Ethereum continuou liderando a indústria de stablecoins, com uma oferta circulante de US$ 171 bilhões.
No entanto, as stablecoins no Ethereum cresceram cerca de 44% em 2025, enquanto as baseadas em Solana dispararam quase 70%, passando de US$ 4,8 bilhões para US$ 13,7 bilhões.
Arbitrum e Aptos também tiveram um crescimento notável, com o fornecimento de stablecoins em circulação aumentando em cerca de 70% e 96%, respectivamente.
Expectativa de adoção em massa
De acordo com o fundador da EarnOS, Phil George, o marco de US$ 300 bilhões da stablecoin é significativo, mas a tendência é ainda mais relevante.
“A oferta dobrou em dois anos e provavelmente dobrará novamente em um ano”, disse George, acrescentando que grandes plataformas financeiras como Stripe, Circle e Tether anunciaram a construção de suas próprias blockchains de camada 1 (L1) e que o PayPal já está emitindo sua própria stablecoin.
“Espero ver US$ 100 trilhões em volume de transações no próximo ano e gostaria de ver a oferta dobrar novamente para US$ 600 bilhões”, afirmou ao Cointelegraph, demonstrando confiança em mais lançamentos de stablecoins por gigantes de pagamentos como a Visa.
Aryan Sheikhalian, chefe de pesquisa da CMT Digital, concordou com George, dizendo que, embora o marco de US$ 300 bilhões seja um “sinal de maturidade”, patamares ainda mais significativos estão no horizonte.
Sheikhalian afirmou que US$ 500 bilhões marcariam a integração em massa, com US$ 1 trilhão sendo provável até o fim da década, à medida que as stablecoins chegarem às tesourarias corporativas e aos pagamentos de consumidores.
“No longo prazo, se empresas como Amazon ou Walmart emitirem seus próprios tokens ou adotarem stablecoins no checkout, esse será o momento em que a infraestrutura das finanças do consumidor terá mudado fundamentalmente.”