Resumo da notícia
Larry Fink, CEO da BlackRock, revela que fundos soberanos estão comprando Bitcoin durante a queda, fortalecendo a posição de longo prazo da criptomoeda.
Fink destaca o Bitcoin como uma proteção contra a desvalorização dos ativos tradicionais, atraindo investidores institucionais que buscam segurança.
Apesar da volatilidade, Fink acredita que o Bitcoin é um ativo fundamental para o futuro financeiro global, com uma adoção crescente de grandes investidores.
O mercado de criptomoedas viu o preço do Bitcoin despencar mais de 30%, saindo de US$ 127 mil para tocar US$ 80 mil em um movimento de queda que começou em outubro e fez o mercado sangrar.
No entanto, enquanto o mercado teme e os investidores de varejo vendem temendo mais queda, Larry Fink, CEO da BlackRock, revela um cenário completamente diferente.
Em uma entrevista recente, Fink, afirmou que fundos soberanos de diversos países estão comprando a queda. Segundo ele, esses fundos estão adquirindo Bitcoin de maneira estratégica e gradual, indicando que diversos países estão construindo uma reserva de Bitcoin ‘na surdina’ sem fazer alardes ao mercado e sem revelar o que estão fazendo.
“Existem vários fundos soberanos que estão comprando Bitcoin agora. Eles estão adicionando de forma incremental, comprando mais a cada baixa”, afirmou Fink. Esse movimento revela que grandes instituições financeiras, longe de temer a volatilidade, estão apostando no longo prazo para a criptomoeda.
Esses fundos soberanos, com grandes quantidades de capital disponível, têm a capacidade de comprar Bitcoin sem a preocupação com a liquidez, ao contrário dos investidores individuais que podem ser forçados a vender em momentos de baixa para evitar maiores perdas.
Fink confirmou que esses fundos compraram a criptomoeda em momentos críticos e continuam acumulando mais a cada queda de preço.
Visão de longo prazo x alavancagem
De acordo com o CEO da Black Rock, os fundos soberanos estão fazendo isso de forma estratégica, não para negociar no curto prazo, mas para estabelecer posições de longo prazo.
"Bitcoin é uma proteção contra a desvalorização dos ativos financeiros tradicionais, como o dólar. Eles compram Bitcoin não como um ativo de curto prazo, mas como um hedge, uma proteção contra a incerteza", disse.
Outro ponto importante levantado por Fink foi o impacto das notícias geopolíticas no preço do Bitcoin. Para ele, o Bitcoin é, em muitos aspectos, um ativo de "medo". Ele observa que, quando há incertezas globais, como acordos comerciais ou tensões políticas, o preço do Bitcoin tende a cair, mas logo se recupera.
Apesar de sua visão otimista sobre o Bitcoin, Fink também reconheceu um problema no mercado atual que é o uso excessivo de alavancagem. Ele destacou que a volatilidade do Bitcoin é exacerbada por traders que utilizam a alavancagem para amplificar suas apostas.
"O mercado de Bitcoin ainda é amplamente influenciado por esses jogadores de alavancagem. Eles são responsáveis por muitas das flutuações bruscas nos preços", explicou.
Fink acredita que a pressão gerada por esses traders de alavancagem pode ser prejudicial a longo prazo, mas que a solução para isso é a estabilização do mercado com mais investidores institucionais e soberanos. Esses investidores têm uma abordagem mais cuidadosa e estratégica, o que pode ajudar a suavizar a volatilidade no futuro.
A jornada de BlackRock com o Bitcoin
Fink também refletiu sobre a mudança de postura de sua própria empresa em relação ao Bitcoin. Em anos anteriores, a BlackRock era uma das grandes céticas em relação à criptomoeda, com Fink declarando publicamente que o Bitcoin era uma "fada" e que não tinha valor. No entanto, ele fez questão de admitir sua postura equivocada, reconhecendo que o Bitcoin, com o tempo, provou seu valor como um ativo legítimo.
Com a entrada da BlackRock no mercado de Bitcoin, a empresa começou a lançar produtos relacionados à criptomoeda, como o ETF de Bitcoin, que agora se tornou uma opção popular entre os investidores. Fink explicou que, embora o Bitcoin tenha sido considerado um ativo altamente volátil no passado, sua popularidade e crescente adoção por instituições financeiras têm mudado a percepção do mercado.
No entanto, Fink também afirmou que a crescente adoção institucional e a estabilização do mercado de Bitcoin podem demorar mais do que muitos esperam.
"O caminho para o Bitcoin se tornar uma parte central do sistema financeiro global será longo, mas é um caminho inevitável", afirmou.