O banco japonês SBI Shinsei firmou parceria com a Partior, de Singapura, e com a japonesa DeCurret DCP para explorar depósitos tokenizados em várias moedas para transações transfronteiriças.
As três partes assinaram um Memorando de Entendimento (MoU) na terça-feira, com o objetivo de desenvolver uma estrutura de liquidação baseada em blockchain que ofereça compensação em tempo real em múltiplas moedas, segundo o anúncio.
Atualmente, a DeCurret opera a plataforma DCJPY, que permite aos bancos no Japão emitirem depósitos tokenizados denominados em ienes. O SBI Shinsei planeja expandir além do iene japonês, visando emitir depósitos tokenizados em outras moedas principais para atender à crescente demanda por pagamentos internacionais mais rápidos.
A Partior traz uma infraestrutura de liquidação multimoeda já utilizada por grandes instituições financeiras, incluindo JP Morgan, DBS, Deutsche Bank e Standard Chartered. A plataforma suporta dólares americanos, euros e dólares de Singapura, e agora buscará incluir o iene japonês nesta parceria.
Rede global de liquidação 24/7
O objetivo da colaboração é criar um sistema de liquidação disponível 24/7. O SBI Shinsei ficará responsável pelo lado da emissão, a DeCurret conectará seu sistema DCJPY à rede internacional da Partior, e a Partior integrará o suporte ao iene em sua plataforma.
“As três empresas em breve iniciarão discussões para definir detalhadamente os papéis e responsabilidades, com o objetivo de concluir um acordo formal de colaboração comercial em uma fase inicial”, segundo o anúncio.
Se bem-sucedida, a iniciativa pode oferecer uma alternativa ao modelo tradicional de correspondência bancária, no qual o banco correspondente abre e mantém uma conta para um banco respondente e processa seus pagamentos, ao utilizar a tecnologia de registros distribuídos para reduzir prazos e custos de liquidação.
Projeto Agora busca pagamentos tokenizados
No ano passado, o Banco de Compensações Internacionais (BIS) lançou o “Projeto Agora” em parceria com os bancos centrais da França, Japão, Coreia do Sul, México, Suíça, Reino Unido e o Federal Reserve dos EUA. O projeto tem como objetivo conectar depósitos tokenizados de bancos comerciais com dinheiro tokenizado de bancos centrais de atacado por meio de um conceito de livro-razão unificado.
A meta é simplificar pagamentos globais, reduzir ineficiências transfronteiriças e permitir funcionalidades de contratos inteligentes, preservando o sistema bancário de dois níveis.
O Projeto Guardian, liderado pelo banco central de Singapura (MAS) em colaboração com grandes instituições financeiras, é outra iniciativa de grande escala focada no uso da tokenização para melhorar a velocidade, a transparência e a eficiência em empréstimos, negociações de valores mobiliários e transações cambiais.