A Tools for Humanity está ampliando a plataforma World além da identidade digital e dos pagamentos com criptomoedas, adicionando mensagens criptografadas e serviços financeiros ao app como parte de um movimento em direção a um modelo de superapp.
A empresa, cofundada pelo CEO da OpenAI, Sam Altman, apresentou um recurso de mensagens no app com criptografia de ponta a ponta, que diferencia contas World ID verificadas e não verificadas e permite que os usuários enviem ou solicitem criptoativos dentro das conversas.
Segundo o anúncio, o aplicativo agora oferece suporte a mini apps de terceiros, incluindo mercados de previsão, jogos e ferramentas financeiras, que funcionam dentro dos chats. A Tools for Humanity afirmou que planeja adicionar verificação opcional de foto de perfil para ajudar a reduzir falsificação de identidade e uso indevido.
As mudanças foram apresentadas em São Francisco na quinta-feira pelos cofundadores Altman e Alex Blania.

O World App também ampliou o suporte a stablecoins para incluir USDC (USDC), EURC (EURC) e diversos tokens atrelados a pesos da América Latina. O lançamento apresenta produtos de rendimento que oferecem taxas de até 18% sobre saldos em Worldcoin (WLD) e até 15% sobre USDC, impulsionados pelo protocolo DeFi Morpho, segundo a empresa.
Na parte de pagamentos, usuários na Argentina poderão pagar em mais de um milhão de estabelecimentos usando QR Code.
A atualização também adiciona contas virtuais em dólar americano operadas pela Bridge em 18 países, incluindo Estados Unidos, Japão e vários mercados da América Latina, permitindo que os usuários recebam salários, façam aportes a partir de bancos e gastem USDC dentro do app.
A Tools for Humanity é uma empresa de tecnologia que liderou o desenvolvimento da World Network e opera o World App. A World, anteriormente conhecida como Worldcoin, é o projeto de identidade digital e infraestrutura financeira desenvolvido e operado pela Tools for Humanity.
A evolução dos superapps nos Estados Unidos
A Tools for Humanity se junta a um grupo crescente de empresas que tentam construir ecossistemas de superapps em países ocidentais. Após comprar o Twitter em outubro de 2022, Elon Musk publicou que “comprar o Twitter” foi o “acelerador para criar o X, o app para tudo”.

Um superapp é uma plataforma única que combina interação social, pagamentos, comércio e serviços financeiros, um modelo popularizado na Ásia por serviços como o WeChat. Hoje, diversas empresas dos Estados Unidos estão expandindo cripto, pagamentos e ferramentas financeiras à medida que avançam para se tornar suas próprias versões de apps para tudo.
Em outubro, Musk disse que o X reconstruiu sua infraestrutura de mensagens em um produto independente chamado “X Chat”, descrito como um serviço de mensagens criptografadas ponto a ponto projetado para competir com Telegram e WhatsApp.
Musk, que cofundou a OpenAI com Sam Altman em 2015 e mantém uma disputa pública com o CEO da OpenAI desde que deixou a organização em 2018, afirmou em dezembro, no podcast People by WTF, que gosta da ideia de ter um “app ou site unificado onde seja possível fazer tudo o que quiser” e que vê o WeChat da China como um modelo para o X.
“Não existe um verdadeiro WeChat fora da China”, acrescentou.
A exchange de criptomoedas Coinbase também sinalizou um movimento em direção a um superapp ao rebatizar a Coinbase Wallet como “Base app”, combinando negociação, pagamentos, recursos sociais, mensagens e mini apps.
Além disso, o app bancário OnePay, de propriedade do Walmart, deve lançar negociação e custódia de criptomoedas ainda neste ano, começando com suporte a Bitcoin (BTC) e Ether (ETH). O aplicativo já oferece serviços bancários, crédito, empréstimos e planos de telefonia móvel e vem se posicionando como um superapp no estilo dos Estados Unidos.

