A visão final da Polygon é unificar todo o espaço Web3, incluindo todas as redes blockchain isoladas.

A Polygon pretende alcançar isso através do seu AggLayer — abreviação de camada de agregação — que é semelhante a um protocolo de interoperabilidade cross-chain que visa conectar redes blockchain.

Em última análise, o AggLayer pretende conectar todo o espaço blockchain, incluindo redes de camada 1, como Ethereum e Solana, de acordo com Marc Boiron, CEO da Polygon Labs.

Boiron disse ao Cointelegraph em uma entrevista exclusiva:

“Quando você pensa no Polygon 2.0, precisa juntar a ideia de temática para integrar a atualização com o Polygon CDK para permitir essa escalabilidade infinita e, em seguida, o AggLayer para unificar tudo.”

Boiron foi entrevistado por Zoltan Vardai do Cointelegraph. Fonte: YouTube

O token do Polygon (MATIC) passou por uma importante atualização técnica em 4 de setembro para se tornar o novo Polygon Ecosystem Token (POL) — um token “hiperprodutivo” que pode servir ao crescimento da rede e à visão final.

AggLayer é sobre “conectar todo a Web3” — CEO da Polygon Labs

A migração técnica do token POL foi uma parte crucial da visão da Polygon 2.0 — a evolução final do Polygon CDK e do AggLayer, que visa proporcionar “escalabilidade infinita” para unificar todas as blockchains.

Diferente de outras soluções de interoperabilidade, o AggLayer não é específico de um ecossistema, mas focado em conectar todo o espaço Web3, explicou Boiron:

“Diferente de todas as outras soluções de interoperabilidade que são muito focadas em seus próprios ecossistemas, o AggLayer está lá para conectar todo o Web3... Não se trata apenas de L2s, nem apenas de L1s. Não se trata apenas do Ethereum. Trata-se literalmente de unir tudo.”

Boiron foi entrevistado por Zoltan Vardai da Cointelegraph. Fonte: YouTube

A fragmentação entre as principais blockchains de camada 1 é uma questão crescente de experiência do usuário para os detentores de criptomoedas. A ponte entre as principais redes é cara e acarreta riscos de segurança devido às vulnerabilidades cross-chain.

A questão da interoperabilidade blockchain e por que isso importa

A interoperabilidade blockchain está entre as preocupações mais urgentes da indústria.

Como as blockchains de camada 1 são sistemas isolados, elas não têm meios de se comunicar entre si, razão pela qual soluções de interoperabilidade cross-chain existem.

A falta de compatibilidade entre blockchains torna a infraestrutura cross-chain difícil de desenvolver, levando a vulnerabilidades nesses protocolos de terceiros.

Em dezembro de 2023, a solução de interoperabilidade cross-chain Orbit Bridge foi hackeada por US$ 82 milhões devido a uma vulnerabilidade desconhecida. O hacker ainda estava foragido com os fundos em junho de 2024, após mover US$ 48 milhões em cripto para o Tornado Cash.

Muitos fundadores notáveis de blockchain estão trabalhando na questão da interoperabilidade, incluindo o cofundador do Ethereum Vitalik Buterin, que revelou planos para resolver a interoperabilidade cross-chain entre os L2s da Ethereum no início de agosto.