O marketplace de criptomoedas ponto a ponto (P2P) Paxful anunciou em 4 de abril que estava suspendendo as suas operações. O fundador e CEO da Paxful, Ray Youssef, disse em um postagem no blog oficial da empresa que “partidas de funcionários importantes” e o ambiente regulatório desfavorável estavam por trás da sua decisão.

“Não temos certeza se [o mercado] vai voltar”, escreveu Youssef. Ele acrescentou que todos os fundos dos clientes serão contabilizados e pediu aos usuários ativos da plataforma que sacassem seus fundos. A postagem fornece links para outras plataformas para as quais os usuários da Paxful de fora dos Estados Unidos podem migrar.

Youssef declarou em um encontro no Twitter Spaces que a Paxful é uma empresa americana que atende a um público global concentrado no hemisfério sul:

“Um quarto da empresa era composto por pessoas da área de conformidade [...] Mesmo assim, isso não foi suficiente para agradar o Tio Sam.”

“Os reguladores norte-americanos fizeram um ótimo trabalho para acompanhar […] o ritmo” do mercado nos últimos cinco anos, acrescentou Youssef, mas “os reguladores ainda não entenderam [o mercado de criptomoedas]. Eles ficam mais desconfiados a cada dia que passa."

Youssef apontou práticas como o uso de cartões-presente para atrair usuários desbancarizados da África como um exemplo das atividades da empresa que chamaram a atenção dos reguladores nos Estados Unidos.

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— Ray Youssef (@raypaxful)

Bloquear os clientes dos EUA e encerrar as operações no país “teria sido uma opção se tivéssemos a equipe [necessária]. […] Em termos de negócios, não faz sentido”, disse Youssef.

Além dos problemas com a saída de funcionários, a empresa está envolvida em uma disputa legal com o cofundador e ex-COO Artur Schaback. Ele abriu um processo contra a empresa em janeiro, nomeando Youssef e Jude Chidi Ogene como réus. Ogene foi diretor jurídico da Paxful até março deste ano, de acordo com seu perfil no LinkedIn. A denúncia nesse caso foi resolvida.

A Paxful anunciou em 29 de março que a empresa iria reembolsar "nos próximos dias" os usuários do programa Earn cujos fundos haviam sido bloqueados na Celsius após a falência da plataforma de empréstimos.

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