O fundador do aplicativo de mensagens Telegram disse que investiu em Bitcoin quando a criptomoeda ainda estava em sua fase inicial e que desde então utiliza suas reservas para financiar seu estilo de vida.

“Eu acreditava muito no Bitcoin praticamente desde o início. Comprei meus primeiros milhares de Bitcoins em 2013 e não me importei muito”, disse o empreendedor russo em uma entrevista ao podcast de Lex Fridman na terça-feira.

Ele acrescentou que comprou no “máximo local”, em torno de US$ 700 por BTC. “Simplesmente joguei alguns milhões ali.”

Algumas pessoas zombaram dele quando o preço caiu abaixo de US$ 200 no mercado de baixa que se seguiu, mas ele disse a elas: “Não me importo.”

“Não vou vender. Eu acredito nisso. Acho que é assim que o dinheiro deve funcionar. Ninguém pode confiscar seu Bitcoin. Ninguém pode censurar você por razões políticas.”
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Pavel Durov conversa sobre Bitcoin com Lex Friedman. Fonte: YouTube

Bitcoin ajudou Durov a “se manter à tona”

Durov contou que usou o investimento em Bitcoin para financiar seu estilo de vida. “Algumas pessoas pensam que, se consigo alugar locais de luxo ou voar em jatos privados, é porque extraio dinheiro do Telegram”, disse.

“Como eu disse, o Telegram é uma operação que me dá prejuízo pessoalmente. O Bitcoin é o que me permitiu me manter à tona.”

Ele previu que “chegará o momento em que o Bitcoin valerá US$ 1 milhão”, devido aos governos “imprimindo dinheiro como se não houvesse amanhã.”

“Ninguém está imprimindo Bitcoin”, afirmou, destacando que ele tem inflação previsível e deixará de ser emitido em certo ponto. “O Bitcoin está aqui para ficar. As moedas fiduciárias ainda estão por se provar.”

Durov sobre o TON

Durov, que foi preso há um ano na França e acusado de facilitar crimes cometidos por usuários do Telegram, também falou sobre a Telegram Open Network (TON), desenvolvida em 2018 e 2019 para fornecer uma blockchain para o aplicativo de mensagens.

Ele acrescentou que o Bitcoin e o Ether (ETH) “não eram escaláveis o suficiente para lidar com a carga que centenas de milhões de nossos usuários gerariam.”

A principal inovação era a escalabilidade nativa por meio de “shardchains”, disse. Contudo, apesar de desenvolver a tecnologia com sucesso, o Telegram não pôde lançá-la devido a restrições regulatórias nos EUA.

O projeto, agora chamado The Open Network (TON), está profundamente integrado ao ecossistema do Telegram e ganhou força com os tokens não fungíveis (NFTs).

“A TON se tornou, eu acho, a maior ou a segunda maior blockchain em termos de volumes diários de negociação de NFTs.”

O token nativo da rede, Toncoin (TON), atingiu a máxima histórica de US$ 8,25 em meados de 2024, mas desde então caiu mais de 67%.