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Christina CombenChristina Comben

Novo relatório da Coinbase aponta sistema financeiro tradicional 'quebrado', diz Armstrong

Uma nova pesquisa da Coinbase–Ipsos mostra que investidores mais jovens dos EUA estão negociando com mais frequência, assumindo mais risco e destinando uma parcela muito maior de seus portfólios às criptomoedas.

Novo relatório da Coinbase aponta sistema financeiro tradicional 'quebrado', diz Armstrong
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O CEO da Coinbase, Brian Armstrong, afirma que já sabemos que o sistema financeiro tradicional está quebrado. Pessoas mais jovens sentem cada vez mais que estão “excluídas da antiga escada de riqueza” e buscam ativos alternativos, como as criptomoedas.

Os números do mais recente relatório “State of Crypto”, da Coinbase, reforçam essa visão. O estudo, conduzido pela Ipsos no quarto trimestre, mostra que investidores da geração Z e millennials negociam com mais frequência, assumem mais risco e destinam uma fatia muito maior de seus portfólios a criptomoedas e outros ativos não tradicionais do que as gerações mais velhas.

Alocação de portfólio e comportamento de negociação

A pesquisa com 4.350 adultos dos EUA mostra que a posse de ações é praticamente a mesma entre as faixas etárias (47% entre investidores mais jovens contra 50% entre os mais velhos), mas a composição dos portfólios é radicalmente diferente.

Investidores mais jovens afirmam que 25% de seus ativos estão em investimentos não tradicionais, como criptomoedas, derivativos e investimentos privados, três vezes mais do que os 8% relatados por investidores mais velhos, ou baby boomers.

Quatro em cada cinco jovens dizem estar dispostos a experimentar novas oportunidades de investimento antes dos outros, e 84% afirmam querer plataformas que ofereçam uma gama mais ampla de ativos além das ações tradicionais.

Investidores mais jovens buscam novas formas de construir riqueza. Fonte: Coinbase

O comportamento de negociação também diverge de forma acentuada. Quase três em cada 10 investidores mais jovens dizem realizar ao menos uma operação por semana, contra 10% entre os investidores mais velhos.

Eles também são muito mais propensos a recorrer a estratégias de maior risco. Entre os entrevistados, 19% afirmam usar margem para ampliar ganhos potenciais, ante 8% dos investidores mais velhos, enquanto 26% dizem buscar retornos mais altos por meio de investimentos de alto risco, contra 18% nas faixas etárias mais avançadas.

A demanda por mercados “sempre abertos” também é clara, com 63% dos investidores mais jovens demonstrando interesse em acesso ao mercado de ações 24 horas por dia, sete dias por semana, além de forte interesse em derivativos de criptomoedas, alavancagem e empréstimos em DeFi.

Retornos fora dos canais tradicionais

O relatório sugere que a questão envolve tanto acesso quanto atitude. Quase três quartos dos adultos mais jovens (73%) acreditam que é mais difícil para sua geração construir riqueza por meios tradicionais, em comparação com 57% dos entrevistados mais velhos.

Embora 47% dos investidores mais jovens possuam ações, eles têm o dobro da probabilidade de já possuir criptomoedas em relação aos mais velhos, e quatro em cada cinco concordam que as criptomoedas oferecem mais oportunidades financeiras à sua geração do que teriam de outra forma.

Cerca de 70% dizem conhecer pessoalmente alguém que ganhou “muito dinheiro” negociando criptomoedas, reforçando a percepção de que o potencial de ganho está fora dos canais tradicionais.

Crescimento do copy trading e do social trading

As fontes de referência também estão mudando. Investidores mais jovens são muito mais propensos a se descreverem como autodirigidos, a confiar em suas próprias pesquisas em vez de consultores tradicionais e a buscar ideias no TikTok, Reddit, YouTube, podcasts e com amigos, em vez de apenas com planejadores financeiros.

Dois terços afirmam que participariam de copy trading ou social trading nas contas de amigos ou de traders conhecidos, se tivessem essa opção, contra menos de um terço entre os investidores mais velhos.

Armstrong enquadrou os resultados como evidência de que o sistema atual “não funciona” para os jovens, que estão migrando para ativos não tradicionais porque esses são os únicos mercados que atendem às suas expectativas de acesso e potencial de retorno.

Para desenvolvedores de produtos, os dados apontam para um futuro em que ofertas segmentadas por nível de risco e mercados em funcionamento contínuo serão centrais para atender a próxima geração de investidores de varejo.